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Síndrome de Manaus

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20/04/2022 11:03

“É uma compulsão por agradar a quem lhes imputa o mal. Será que temos visto ou vivenciado algo assim por aqui? Em certa medida, quando ficamos passivos ou apoiadores em relação ao desrespeito impetrado por outros entes da federação com o Amazonas, fico com esta sensação”.

Augusto Cesar

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Haverá semelhanças entre a Síndrome de Estocolmo com a Zona Franca Manaus? Sem saber a melhor resposta, deixo a reflexão para o leitor, lembrando que, na capital da Suécia, em 1973 um assaltante entrou em um banco e manteve reféns por seis dias. Os reféns desenvolveram uma grande empatia por seus raptores, tendo até financiado a sua defesa durante o julgamento que se seguiu ao crime. Este fenômeno, é uma espécie de vínculo de quem é abusado por quem abusa.

Haveria semelhanças? Este mecanismo de sobrevivência, leva pessoas a se afinarem com quem tem poder sobre elas, a fim de agradá-los. É uma compulsão por agradar a quem lhes imputa o mal. Será que temos visto ou vivenciado algo assim por aqui? Em certa medida, quando ficamos passivos ou apoiadores em relação ao desrespeito impetrado por outros entes da federação com o Amazonas, fico com esta sensação.

Quando começaremos a declarar com todas as letras o absurdo que é receber cortes de diferenciais da ZFM? E com respeito às contrapartidas? Não há investimentos significativos em infraestrutura, mesmo com uma extensão territorial tão grande. Acordos são ignorados, mas não se verifica a indignação ecoada de maneira clara e contundente. Há tanto de “menos” para a região e isso é aceito como “normal” e parte do jogo.

É necessário tentar compreender o que causa isto, para que possamos mudar. Ou será que muitas lideranças se sentem culpadas por algo e, por isso, não levantem a voz? Ou será que é porque não se realiza internamente o que se deveria fazer? Qual será a razão da falta de unidade (ou busca pela unidade) interna pela defesa da região? Ou ainda, por outro prisma, é possível que estes fatos não sejam relevantes e estejamos relegados a ser uma reserva para um futuro que nunca chega ou para subempregos que não seriam admitidos no Sudeste-maravilha, mas que são normais para o Norte do país.

São apenas reflexões, sem uma conclusão. Afinal, estamos longe da região Nórdica. Poderíamos dar o nome de “Síndrome de Manaus”, pos há um constante medo, onde há geração de empregos, natureza exuberante, impostos e produção, mas um grande interesse em destruir e apenas interesses tíbios na sua defesa por parte daqueles que mais se aproveitam. Por que será? Por qual razão, produtores, geradores de empregos e impostos, em meio da natureza mais privilegiada do planeta têm que conviver e aturar um medo constante?

Augusto Rocha é Professor da Universidade Federal do Amazonas

Fonte: Brasil Amazônia Agora

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