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07/11/2021

O Cientista Flávio Freitas, do Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA), foi indicado ao Prêmio ENI Award 2022, concedido pela empresa italiana de Petróleo e Gás Eni. Um evento regular no calendário Internacional que tem o objetivo de incentivar o melhor uso das fontes de energia e o aumento da pesquisa ambiental. Segundo ele essa é uma oportunidade de mostrar o potencial científico da Amazônia.

“Temos publicado as pesquisas do Centro de Biotecnologia da Amazônia em revistas internacionalmente renomadas na área de energia, as principais revistas científicas do mundo. Isso tornou possível que fôssemos notados através de trabalhos desenvolvidos aqui em Manaus, colocando o CBA em evidência no mundo todo. Conto com uma grande equipe que trabalha desenvolvendo grandes pesquisas”.

0 convite da organização do evento ao cientista veio através de um importante trabalho sobre a obtenção de catalisadores a partir de fontes renováveis. Óleo de murumuru, amêndoa do tucumã, manteiga da semente do cupuaçu são alguns dos compostos usados junto ao álcool para obter o biodiesel, porém apenas estas misturas não são capazes de reagir e formar este produto.

Nesse processo é utilizado na fórmula um catalisador para acelerar a reação destes compostos, que, após aquecidos formam o biodiesel. 0 problema é que os catalisadores costumam ser prejudiciais ao meio ambiente, pois são constituídos de ácidos (sulfúrico e soda caústica) difíceis de manusear, que causam corrosão e são tóxicos, gerando poluição se liberados na natureza.

Doutor em química, Flávio Freitas explica que o método exige que esses ácidos sejam retirados do biodiesel para que ele seja purificado, e para isso usa-se água, lavando diversas vezes até que saia completamente, o que causa desperdício.

“Os ácidos usados pela indústria são mais baratos, porém muito prejudiciais. Desenvolvemos catalisadores a partir da casca do tucumã, semente do cupuaçu, pedra da pescada e pilhas utilizadas. Por serem feitos de resíduos sustentáveis, não corroem as máquinas como os ácidos e diferente deles também, não possuem forma homogênea, então não se misturam ao biodiesel. É um composto fácil de remover e evita o desperdício de água, além de ser reutilizável” explica o cientista.

Alternativa menos poluente

Embora o objetivo de produzir o biodiesel seja uma forma renovável que polua e despeje menos gases tóxicos na atmosfera quando comparados com o diesel comum, o processo de produção é prejudicial ao meio ambiente. Mas a pesquisa inovadora pode proporcionar um grande avanço nesse sentido.

Segundo o pesquisador Flávio Freitas, a região Amazônica tem grande potencial sustentável. Ele diz que é possível utilizar dos recursos naturais em benefício do meio ambiente. “Vivemos em uma região rica em óleos, temos condições de produção de catalisadores, a partir do que temos em abundância, que são estes resíduos. Isso torna ria a produção do biodiesel mais barata. Curiosamente o norte é a região que menos produz biodiesel, por que não investir nisso com uma indústria menos poluente. Essa é uma área pouco explorada, ecologicamente não assistida. A indústria economiza com ácidos, mas gasta muita água, então tudo é custo”.

O destaque

Flávio é natural do interior do Rio Grande do Norte, mas há quatro anos atua como cientista no Amazonas.

Ele fez graduação na Universidade Federal do Ceará (UFC), mestrado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), além de Doutorado nesta e na Università di Pisa (Itália).

O cientista também possui pós-doutorado na Curtin University.

Fonte: Acrítica

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