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Projeto ensina alunos sobre reutilização de lixo eletrônico

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14/08/2019

Notícia publicada pelo site Amazonas1

Natural da cidade de Parintins, interior do Amazonas, o artesão e professor de robótica e sucatrônica, Denizal Melo, de 47 anos, desenvolve desde o início do ano, o “Projeto Sucatrônica”, que visa alertar sobre a sustentabilidade e a estimular a criatividade de alunos do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental do turno vespertino do Centro Educacional Amazônia, no bairro Santo Antônio, zona Oeste de Manaus.

Para o professor, a sucatrônica é o início de tudo e através dela, é possível fazer a implantação de novos projetos, como os de iniciativa científica. “Estamos fazendo escultura, naves espaciais, robôs e quem sabe, futuramente, esse robô não possa andar, falar, porque tem o lado científico também, dá para desenvolver muito o lado da criatividade da criança”, explicou o professor.

O projeto é desenvolvido há seis meses na escola e tem duração de um ano. O Centro Educacional da Amazônia é a única escola da região que desenvolve o reaproveitamento do lixo tecnológico. O resultado dos trabalhos serão apresentados durante Feira Cultural Científica, que será realizada em outubro pela escola; cada sala tem mais de três projetos para apresentar.

O professor explicou que apresentou a sucatrônica para outras instituições de ensino, mas nenhuma havia aceitado, somente o Centro Educacional Amazônia ‘abraçou a causa’. De 2012 para cá ele já conseguiu arrecadar mais de 30 mil toneladas de lixo que seriam descartados, e também produziu mais de 1.800 peças.

“Trabalho com eletrônicos há sete anos, estou no mercado fazendo escultura, artesanato e recentemente, fui concorrer a prêmio em Recife, fiquei em 4º lugar. Tudo é uma consequência de um trabalho árduo. Esse é o primeiro ano que atuo em uma escola e é um projeto que tem que ser desenvolvido nas escolas, principalmente em Manaus, por termos um Polo Industrial aqui e não temos uma empresa específica para fazer a incineração desse produto”, alertou Melo.

Pensando no meio ambiente

Para o aluno Lucas Wendel, 14, o projeto é um grande avanço para o meio ambiente. “O que poderia fazer mal para o meio ambiente, com o reaproveitamento, gera o bem”, disse Lucas. A elaboração de peças e esculturas robóticas, com material reciclável, agora faz parte das aulas que a escola oferece.

Como é a aplicação do projeto na escola?

Todos os alunos do 6° ao 9° ano do turno vespertino participam. O material reutilizado é disponibilizado pela escola, pelos professores e pelos próprios pais dos alunos. O professor ensina o passo a passo, como cada material deve se reutilizado. Com isso, os alunos começam a discutir ideia do que querem fazer.

“Pegamos o material, desmontamos e fazemos a escolha dos produtos que podemos reutilizar, por meio da triagem, e separa. A partir de então, já temos o que precisamos para criar novos projetos”, explicou Denizal.

Projetos

Maria Fernanda, 14, disse que para os alunos, o projeto ajuda, principalmente, na criatividade. Ela já construiu pequenas naves espaciais com sua turma, uma delas, com peças de TV.

As diversas turmas de alunos ganham espaço no ‘Projeto Sucatrônica’. Sarah Raquel, de 12 anos, junto com sua turma, criou o ‘Carrossel Espacial’, montado em três meses com materiais oriundos de computadores e guarda-chuvas.

“Futuramente iremos colocar pisca-piscas. Foram três meses de produção e foi um projeto que todo mundo quis fazer. Recebemos umas dicas do professor e conseguimos elaborar tudo”, disse Sarah.

A turma dos alunos Getúlio Fraji e Matheus Xavier, ambos de 13 anos, resolveram criar a ‘Nave Supersônica’. “A base do projeto é feita com um farol de carro e o suporte vai ser uma ‘carcaça de som’, disse Matheus.

Preconceito

Apesar dos resultados finais na entrega do produto, o professor explica que sofre preconceito por estar reutilizando um material que seria jogado no lixo. Segundo Melo, mesmo o trabalho dele sendo diferencial, o preconceito ainda acontece.

“O preconceito é pelo fato de estar fazendo uma peça que é reciclado e muita gente não quer levar ‘porque era do lixo’. O meu projeto é diferenciado, porque trabalho com eletrônicos. E é algo que defendo, pois somos da Zona Franca de Manaus (ZFM) e nossa economia vem da eletrônica. Sempre falo: ‘eu sou o índio do futuro, eu sou de Parintins’, quando me perguntam minha etnia, eu falo que ‘minha etnia é Zona Franca de Manaus’”, finalizou.

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