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Taxa de ocupação em alta no AM

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18/09/2017

Reportagem publicada no Jornal do Commercio

O Amazonas sinaliza recuperação, ainda que gradativa, no índice de ocupação. De acordo com o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), no segundo trimestre deste ano, o Estado registrou taxa de desocupação de 15,5%, números decrescentes em comparação ao período de janeiro a março, quando o percentual foi de 17,7%. Maior parcela da população que estava desempregada foi absorvida pelo mercado informal. Por outro lado, ainda que de forma discreta, o segmento industrial está voltando a contratar e o comércio comemora redução expressiva nas demissões. As informações do Ipea têm como base microdados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A análise da Carta de Conjuntura do Ipea aponta o começo de um processo de recuperação no mercado de trabalho no país e consequentemente no Amazonas, explica a técnica de planejamento e pesquisadora do Ipea, Maria Andreia Lameiras. Segundo a especialista, do primeiro para o segundo trimestre deste ano o percentual da taxa de desocupação, no Estado, caiu de 17,7% para 15,5%, o que significa, que a cada cem pessoas desocupadas que buscavam emprego, 15 não conseguiam. Nos primeiros meses do ano, dentre os cem que tentavam uma ocupação, 17 não alcançavam o objetivo.

"A expectativa a partir de agora é que as coisas melhorem. Sabemos que a taxa de desocupação não terá uma queda rápida porque o índice de desemprego ainda é elevado, mas a tendência é que aos poucos o mercado de trabalho comece a reagir", afirmou a pesquisadora.

A técnica também informou que do total das pessoas que saíram da desocupação, no segundo trimestre, 43% foram incorporados pelo mercado informal, 28% conseguiram um emprego formal, 28% trabalham por conta própria e 1% alcançaram a condição de empregadores. "Boa parte são trabalhadores que voltaram ao mercado de trabalho, mas sem a carteira assinada", disse.

De acordo com o superintendente Regional do MTE/AM (Ministério do Trabalho e Emprego do Amazonas), Gilvan Motta, o Estado registrou nos últimos meses volume crescente na contratação da mão de obra formal e ele acredita que os futuros resultados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), que serão divulgados nos próximos dias, deverão classificar o Estado como o terceiro a nível nacional em relação ao volume de admissões.

Motta afirma que a redução na taxa de desocupação é justificada pela contratação de mão de obra por parte da indústria, que segundo ele, se prepara para a produção para atendimento às vendas do final de ano. "No mês de agosto tivemos um crescimento significativo de empregos formais. O Amazonas foi o quarto Estado da federação que mais empregou no último mês, perdendo apenas para São Paulo, Mato Grosso e Goiás. Nos próximos resultados do Caged acredito que o Estado deverá alcançar a classificação de terceiro mais contratante do país", estimou.

"Temos recebido solicitações por parte das indústrias, pedindo autorização para aumentar a jornada de horas extras em função do aumento produtivo. As fabricantes também nos enviam constantemente informações de contratações. Uma empresa nos informou a admissão de 150 funcionários em apenas uma semana. Tudo isso, é para atender às demandas do período de final de ano", completou.

Comércio
A presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Manaus, Ana Marlene Aires, afirma que o volume de demissões registradas pelo sindicato reduziu expressivamente. Ela informa que no mês de agosto deste ano o setor atingiu o menor índice de homologações, com 756 desligamentos. Os números decresceram em igual mês dos anos anteriores: 2016 (903), 2015 (805) e 2014 (867).

"Houve uma queda acentuada na quantidade de homologações e nos acordos que são feitos por meio da comissão sindical, que são acordos de conciliação. Acredito que os empregos estão mais estáveis. Mas, tememos que os empresários estejam segurando os trabalhadores para efetivar demissões após a vigência da legislação da reforma trabalhista", relatou a presidente.

Jovens são os mais demitidos
Conforme o levantamento do Ipea, os jovens têm mais dificuldade de conseguir emprego e mais chance de serem demitidos. Apenas 25% dos jovens desempregados com idade entre 18 e 24 anos conseguiram retornar ao mercado de trabalho no segundo trimestre deste ano. Entre 2012 e 2017, o percentual de trabalhadores com 18 a 24 anos que foram dispensados cresceu de 5,3% para 7,3%. Além de receberem as menores remunerações, os mais jovens apresentam queda de salário (0,5%) na comparação com o mesmo período de 2016. Já os idosos com mais de 60 anos elevaram em 14% os ganhos salariais. No segundo trimestre, o país tinha aproximadamente 13,5 milhões de desocupados, dentre os quais 65% com idade inferior a 40 anos.

O superintendente do MTE/AM, Gilvan Motta, analisa que as demissões que alcançam a faixa etária dos jovens é justificada pela desqualificação profissional. Ele recomenda que a população mais nova que deseja ingressar no mercado de trabalho busque a qualificação por meio de cursos profissionalizantes. "A faixa etária que detém maior parte das contratações é da população que tem acima de 40 anos de idade. São pessoas mais experientes. É certo que os empresários devem dar a oportunidade aos mais novos e para isso, existem os centros especializados em contratação de estagiários. Mas, infelizmente, apesar da maior oferta de cursos profissionalizantes, os jovens são demitidos por falta de qualificação", analisa.

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