21/08/2019
Notícia publicada pelo site Toda Hora
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou ontem, ao participar da premiação do 'Valor 1000', em São Paulo, que é preciso corrigir distorções causadas por incentivos fiscais, como é o caso da Zona Franca de Manaus. A fala causou estranheza, pois vai de ataque ao modelo que, outrora, já foi defendido pelo próprio presidente da Câmara dos Deputados.
Durante discurso, Maia disse que não faz qualquer sentido que a Moto Honda continue instalada no Pólo Industrial de Manaus usufruindo de benefícios fiscais. Isso por, segundo o deputado, cada emprego na fábrica do Amazonas custa ao País, aproximadamente R$ 300 mil. No início deste ano, a Moto Honda da Amazônia, maior empresa do Polo de Duas Rodas atuante em Manaus, anunciou a injeção de R$ 500 milhões nos próximos três anos para modernização da empresa.
O tom Maia de encontro com os interesses da Zona Franca vem ganhando corpo a cada dia. “A gente tem que dar uma solução para a Zona Franca. Não dá para, da noite para o dia, acabar com a Zona Franca, mas também não dá para manter pelos próximos 30 anos a mesma estrutura que a Zona Franca tinha no passado e que tem hoje”, já havia afirmado o deputado há alguns dias.
Em janeiro, o presidente da Câmara dos Deputados esteve em Manaus com o objetivo de conseguir o apoio da bancada amazonense à sua candidatura na reeleição da presidência da Câmara. "Aqui, na nossa região amazônica, a nossa floresta, foi preservada por causa do projeto da Zona Franca, e os empregos gerados por causa da Zona Franca e isso a gente não pode abrir mão", disse, à época.
Quem também participou do evento 'Valor 1000' foi o ministro da Economia Paulo Guedes, crítico ferrenho da Zona Franca de Manaus. O discurso de Rodrigo Maia se alinhada cada vez mais ao de Guedes.
Resposta
Depois das declarações repercutirem em Manaus, Rodrigo Maia disse que, ao falar da Moto Honda, disse que não tem a intenção de "acabar com a Honda em Manaus de jeito nenhum". "O que eu disse foi projetando a Honda para daqui a 20 anos ou 30 anos. Não faz sentido mesmo. Temos que construir outros caminhos para o Amazonas, mas isso não significa acabar com a Zona Franca imediatamente", afirmou ao programa Manhã de Notícias, da Rádio Tiradentes.