20/07/2018
Notícia publicada pelo portal D24AM
Parte da população brasileira ainda tem o hábito de guardar
moedas em casa. Estudo divulgado nesta quinta-feira (19) pelo Banco
Central (BC) mostra que 19,3% da população guarda moedas por mais de
seis meses. Além disso, 56,2% usam o dinheiro guardado no cofrinho para
compras e pagamentos, mostra o BC, no estudo “O brasileiro e sua relação
com o dinheiro”.
De acordo com o chefe do Departamento do Meio Circulante do BC, Felipe
Frenkel, 8 bilhões de moedas estão guardadas “em algum lugar”. Ele
destacou que quanto mais moedas ficarem
em circulação, menor será o
gasto de recursos públicos com a produção do dinheiro.
O chefe-adjunto do Departamento do Meio Circulante do BC, Fábio
Bollmann, disse que o BC considera positivo que a população faça
poupança com as moedas. Entretanto, ele orienta a trocar as moedas por
cédulas sempre que atingir um valor maior, no comércio ou no banco, para
ajudar na circulação de dinheiro.
Segundo o BC, o dinheiro vivo ainda é o meio de pagamento mais utilizado
pela população: 96,1% responderam que, além de outros meios, também
fazem pagamentos em espécie. Na questão, os entrevistados podiam
marcar mais de uma opção – 51,5% mencionaram cartão de débito e
45,5%, cartão de crédito.
Frenkel acrescentou que a pesquisa é importante para saber qual é a
demanda atual por dinheiro no país. “O Banco Central faz a peequisa para
atender a demanda da população. Ainda é muito necessário o dinheiro no
dia a dia”, acrescentou.
Para compras de até R$ 10, 87,9% dos entrevistados preferem utilizar
dinheiro. Esse índice diminui com pagamentos de maior valor. Para
desembolsos de mais de R$ 500, a maior parte (42,6%) prefere cartão de
crédito. No comércio, 75,8% dos estabelecimentos aceitam pagamentos no
débito e 74,1% no crédito. Apenas 16,3% aceitam cheques.
Salários Bollmann destacou que “uma parcela signicativa da população ainda recebe o pagamento de salários em espécie. Segundo a pesquisa, esse percentual chegou a 29%, embora a maioria receba por meio de conta corrente ou de pagamento e poupança (48%). Outros 22% disseram que não têm renda, 1% não responderam como recebem o salário e 0,4% por cheque. Em 2013, o percentual dos que recebiam salário em dinheiro era maior: 51%.
Faturamento do comércio
Segundo o comércio, os pagamentos em dinheiro representam 50% do
faturamento, contra 55% registrados em pesquisa de 2013. O cartão de
débito aumentou de 14% para 20% sua fatia no fluxo
de caixa dos
estabelecimentos. Já o uso de cheques diminuiu 2 pontos percentuais,
passando para apenas 1%. As vendas feitas em cartão de crédito caram
estáveis no período, com 25%.
Segurança da cédula
Segundo o BC, entre a população, a marca-d’água é o item de segurança
mais conhecido, seguido do o
de segurança e da textura da nota. No
comércio, a textura ou espessura do papel foi o item mais utilizado para reconhecimento de nota verdadeira, com 48%, seguido pela marca d’água
e o o
de segurança.
A pesquisa mostra que 23% dos entrevistados declararam já ter recebido
uma cédula falsa, o que representa uma redução de 5 pontos percentuais
em relação a 2013, que registrou 28%. Daqueles que receberam notas
falsas, apenas 28,3% entregaram para análise do BC.
De acordo com o BC, o hábito de verificar
a autenticidade das notas está
relacionado ao seu valor. Apenas 8,5% declararam verificar
sempre as
notas de R$ 2,00. Já para as notas de R$100, o percentual passa para
43,4%. Mesmo para as notas de maior valor, um percentual expressivo não
verica
nunca: 39,2% para as de R$50 e 37,7% para as de R$100.
Por ser menos utilizada, a cédula de R$ 100 é considerada a mais bem
conservada tanto pelo comércio quanto pela população, diz o BC.
A abrangeu a população de adultos residentes nas capitais e municípios com 100 mil ou mais habitantes e caixas de comércio e serviços. Para cada dos dois públicos-alvos foram realizadas mil entrevistas, em abril deste ano.