14/12/2018

Notícia publicada pelo Jornal A Crítica

Ao longo de 2018, o montante de R$ 7,6 bilhões em investimentos foi captado com a implantação de 165 projetos industriais aprovados pelo Conselho de Desenvolvimento do Estado do Amazonas (Codam).

A alta é de 5,5% comparado ao volume registrado em 2017. A mão de obra estimada, a partir do início dos projetos, é de 6.709 vagas no mercado de trabalho no período de até três anos.

“Quando começou o ano, as duas primeiras reuniões foram leves com investimentos de R$ 300 milhões, muito abaixo do que esperávamos. Nas quatro últimas reuniões, o resultado foi muito bom no volume de investimentos e o nível de emprego. Também a média de 25 a 30 projetos em cada reunião. O modelo (Zona Franca) está saudável e indo bem, mas nós precisamos nos preparar, a médio prazo, para o futuro com outras alternativas: bioeconomia e o setor mineral”, afirmou o secretário de Estado de Planejamento, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Seplancti), João Orestes Schneider.

Ontem, o Codam aprovou 31 projetos, 23 de bens finais e oito de intermediários, que vão gerar 1.512 postos de trabalho sendo 1.224 para linha de produção das fábricas e 288 para áreas administrativas.

Segundo a seplancti, os investimentos planejados estão orçados em R$ 555 milhões. A reunião aconteceu na Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam) e reuniu lideranças empresariais, trabalhistas e contou com a presença do governador eleito Wilson Lima (PSC).

MAIOR APORTE

De acordo com o balanço da seplancti, o maior aporte de recursos foi registrado em agosto, quando o conselho aprovou R$ 2 bilhões em investimentos. O maior contingente de empregos foi verificado em outubro com a geração de 1.685 postos de trabalhos.
Além dos setores eletroeletrônico e duas rodas, novos segmentos como a produção de terminais de captura de dados e as máquinas de cartão, com recursos superiores a R$ 1 bilhão e empregos acima de 700 vagas no mercado de trabalho, despontaram entre os projetos aprovados em 2018.

Investimentos para as cidades do interior somaram recursos de R$ 22,6 milhões. Entre os projetos está o beneficiamento de castanha desidratada de Humaitá, município distante a 697 quilômetros da capital. Para o titular da seplancti, a iniciativa é estratégica para estruturar uma cadeia produtiva do segmento.

BALANÇO

Para o secretário de Estado de Fazenda, Alfredo Paes, o balanço de investimentos é promissor para economia e o fortalecimento do parque industrial.
“O fechamento do Codam é altamente positivo para economia do Estado. O Estado do Amazonas está bem preparado para defender esse modelo que é o nosso sustento.
Temos garantia constitucional, mas uma canetada alterando tributos volta a instabilidade”, disse.

PERSONAGEM

DIRETOR DA ELCOA Sang Hyun Lee “São Paulo tem muito imposto”

Há 20 anos com sede em São Paulo, a Elcoa Indústria e Comércio está de mudança para Manaus. O diretor presidente da Elcoa, Sang Hyun Lee, afirmou que é vantajoso produzir em Manaus. “São Paulo tem muito imposto e os insumos são quase 100% importados. A fábrica, em São Paulo, que já registrou 300 funcionários hoje opera com 50. Não tem competitividade e concorrência, não aguenta.Nosso objetivo é ampliar os produtos e com isso a mão de obra empregada progressivamente”, afirmou. Segundo o empresário, a projeção é contratar em janeiro 200 funcionários para atuar em um turno e até setembro ter dois turno sem operação com 400 ou 500 funcionários. A empresa fabrica fios e cabos com conectores.

Blog

“ Wilson Lima governador eleito do Estado do Amazonas

estou conversando com o setor produtivo e de serviços para que a gente possa encontrar consenso, caminhos para fortalecer o que a gente tem e garantir a diversidade. Tenho sentido disposição do presidente eleito Jair Bolsonaro em fazer com que as pessoas que produzem riqueza no nosso País possam ter a tranquilidade de fazer os seus investimentos com a garantia de que lá na frente vão ter as condições que foram acordadas no início em que esses investimentos foram feitos. Destravamento ambiental, diminuição da burocracia.Isso é o desafio que a gente tem pela frente. A gente tem que encontrar caminhos para aproximar a indústria do setor produtivo, diversificar nossa atividade econômica e é primordial que nós protejamos o nosso modelo, é primordial que os incentivos sejam protegidos a qualquer custo e isso é inegociável, mas é preciso também que a gente comece a entender que nós precisamos dar os primeiros passos para diversificar a nossa atividade econômica”.

Comentário

Por João Orestes SEC. DE ESTADO DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

“As últimas quatro reuniões do Codam foram positivas. O governador Amazonino Mendes tem pedido para organizar novas atividades econômicas para o Estado visando a interiorização da economia. O modelo Zona Franca está saudável, apesar dos`torpedeamentos’ periódicos, mas não vai mais crescer como foi no passado com a taxa de 5, 6, 7% ao ano. As alternativas são nas áreas de bio produtos e mineral.
Com a diminuição das barreiras ambientais, o futuro do Amazonas é promissor. O problema maior é levar a economia para o interior e isso passa pelo setor mineral. A verticalização da produção mineral passa pelo PIM com o polo metalúrgico e o polo de fertilizantes.
O Amazonas é o único Estado com os três componentes básicos para fertilizantes: fosfato, potássio e o gás de Urucu rico em nitrogênio. Certamente, Manaus vai ter o polo de fertilizantes”.