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Otimismo no polo naval com novo governo

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16/01/2019

Notícia publicada pelo Jornal do Commercio

O Sindnaval (Sindicato da Construção Naval, Náutica, Offshore e Reparos do Amazonas) projeta crescimento de 6% a 8% na atividade em 2019. O motivo do otimismo é, principalmente, a sinalização do governo Bolsonaro de desburocratizar e facilitar a vida das empresas nacionais. Em especial nas questões ambientais e trabalhistas.

Caso se confirme, a expansão virá em boa hora, ainda mais se for sustentada. De 2013 -quando estacionou -até 2018, o subsetor naval seguiu alternando anos de crescimento e queda.

Após a expansão consolidada em 2017, quando ensaiou o que parecia ser uma retomada, voltou a mergulhar nos dez meses iniciais do ano passado, conforme os dados mais recentes divulgados pela Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus).

As sete empresas listadas pela autarquia faturaram US$ 51.42 milhões no acumulado de janeiro a outubro, montante 27,20% inferior ao obtido em igual período de 2017 (US$ 70.63 milhões). Como consequência, os investimentos produtivos caíram ao menor nível desde 2013, com US$ 20.40 milhões aportados até outubro de 2018. E a média de mão de obra - entre efetivos, temporários e terceirizados -não passou de 724 no mesmo período, o número mais baixo registrado em seis anos.

De acordo com o presidente do Sindnaval, Matheus Araújo, os números refletem a tendência do subsetor, embora sejam diferentes dos da entidade, já que nem todas os associados trabalham com incentivos da Zona Franca de Manaus. O Amazonas, segundo o dirigente, conta hoje com 40 empresas em operação, mas já chegou a ter 52, em 2016. O número de trabalhadores é de 4.854, contra os 6.500 de 2017. E a queda do volume de produção foi de 16% entre 2017 e 2018.

"Esse número já era esperado. O mercado não encolheu. Ocorre que a instabilidade política e a insegurança jurídica fizeram o empresário pisar no freio. Mas, estamos otimistas. E, se conseguirmos crescer pelo menos 5% neste ano, seremos capazes de chegar até 9.000 empregos. Mas, é preciso aguardar até maio para ver se os investimentos vão vir tão cedo", estimou.

O presidente do Sindnaval destaca ainda que o atual boom de reparos -em detrimento da construção -seria uma tendência do mercado, em decorrência da vida útil das embarcações. Isso ocorre porque, diferente de outros produtos, como eletroeletrônicos, a substituição aqui não se faz no mesmo ritmo. É um fator que leva, segundo o dirigente, os estaleiros a trabalharem em um ciclo de construção e manutenção -preventiva ou corretiva.

Políticas públicas

Na avaliação do presidente do Corecon-AM (Conselho Regional de Economia do Estado do Amazonas), Francisco de Assis Mourão Júnior, os números minguantes da indústria naval amazonense se devem, principalmente, aos efeitos da crise econômica sobre dois dos mais fortes clientes da indústria naval amazonense: as fábricas do PIM e a Petrobras. Já a outra vertente de negócios dos estaleiros -o transporte de soja de Itacoatiara -teria sofrido menos com a crise.

"O fato é que, de uma forma geral, a clientela está pedindo menos serviços e isso contribui para que o segmento fique, na melhor das hipóteses, estacionado. As empresas não investem e se limitam a fazer reparos, quando poderiam estar construindo novas embarcações. A demanda provavelmente vai melhorar neste segundo semestre, mas não deve sustentar o crescimento que as empresas precisam", ponderou.

Outro entrave destacado pelo economista para justificar o encolhimento do subsetor -e considerado por ele mais grave e permanente -é o fato de o PIM Naval ainda não ter saído do papel. A ideia era criar um Distrito especialmente designado para o polo naval, na área do Puraquequara, zona Leste de Manaus.
Há mais de dez anos embargado pela Justiça, por motivos ambientais e sociais, o projeto entrou em um imbróglio que não sinaliza ter fim no curto prazo. A área está próxima do Encontro das Águas e tem uma quantidade significativa de pessoas residentes no local.

"As empresas estão endividadas e demitindo. Algumas, não têm nem as certidões dos órgãos públicos para conseguir novos financiamentos. Faltou o governo apostar no projeto e em uma política diferenciada para os estaleiros. Isso poderia dar alento a um setor que, como a construção civil, emprega muito", concluiu o presidente do Corecon-AM.

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