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Obras mantém trafegabilidade da BR-319 no inverno amazônico

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17/01/2018

Notícia publicada pelo portal Em Tempo

A rodovia federal BR-319 foi considerada, pela primeira vez em 30 anos, trafegável em pleno período de chuvas do inverno amazônico. O trecho do meio -que compreende mais de 400 quilômetros de estrada -, considerado o mais crítico da rodovia, não está asfaltado por conta de embargos ambientais, mas segue recebendo constantes serviços de reparação e manutenção, por meio de quatro lotes de obras contratados pelo Departamento Nacional de Infraestrutura do Transporte (Dnit).

Os serviços do Dnit foram vistoriados, nesta terça-feira (16), pela diligência da Comissão de Infraestrutura do Senado, liderado por Acir Gurgacz (RO). A expedição que começou na tarde de segunda-feira, com saída de Porto Velho, fez a primeira parada em Humaitá, no quilômetro 677 da rodovia. A ação contou com o apoio da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas.

"Nesta terceira diligência nós pudemos ver que as máquinas contratadas pelo Dnit estão na estrada tapando buracos e corrigindo atoleiros. Pela primeira vez, em muitos anos, a BR-319 estará trafegável no período de inverno amazônico. Não só no verão. Tivemos nas últimas semanas muitas chuvas nessa região, mas mesmo assim foi possível trafegar sobre ela", disse Acir Gurgacz.

Ele lembrou que a reabertura da rodovia, mesmo em condições precárias, ocorreu em 2015, depois da primeira diligência que ele organizou, em 2013. Ainda em novembro de 2015, o Senado liberou a segunda diligência sobre a estrada, o que aumentou a pressão pela manutenção e recuperação, principalmente, contra os embargos de órgãos ambientais e decisões judiciais.

Agora, de acordo com o senador, para liberar as obras de asfaltamento da BR-319, o Ibama e a Funai aguardam do Dnit um estudo de impacto ambiental sobre a fauna e flora do entorno da rodovia federal, bem como das regiões formadas por terras indígenas. A previsão, segundo Acir Gurgacz, é que o órgão encerre os estudos até o final deste ano.

Comunidades

A iniciativa do Senado foi festejada pelos moradores das comunidades, localizadas no trecho do meio, como a Realidade, situada no quilômetro 577, e a Reserva de Desenvolvimento Sustentável Igapó Açú, no quilômetro 245.

"A situação da nossa BR é meio crítica. Nós todos os dias fazemos frente para Humaitá e a estrada é muito esburacada. Mas nesse ano, ela começou a melhorar depois que começaram a vistoriar a BR", disse a fretista Roselange Messias da Rosa, 43, moradora da comunidade Realidade. "Eu tenho fé que a nossa estrada um dia vai sair", completou.

Segundo o pescador aposentado Osvaldo Batista de Assunção, 63, morador da comunidade Igapó Açú, as máquinas começaram a trabalhar sobre o trecho do meio depois que ficaram sabendo sobre a nova diligência do Senado. Ele vê coa bons olhos a retomada dos serviços de manutenção da estrada, para manter o fluxo de carros e ônibus durante o período de chuvas.

"Hoje o movimento só é bom no verão. Quando chega o inverno para tudo. Mas agora acho que vai manter se tiver obras de manutenção da pista", disse.

Osvaldo contou que até 2015, quando o Dnit não entrava na BR-319, a comunidade vivia isolada. Para conseguir mantimentos, as famílias da RDS Igapó Açú precisavam descer o rio por cinco dias para conseguir comprar o rancho no Careiro Castanho, que fica a iso quilômetros.

"Nós tínhamos que descer muitos dias pelo rio porque ninguém conseguia trafegar nessa estrada", disse Osvaldo que mora na comunidade há 4o anos. "Agora, depois que reabriram a estrada, além de ir mais rápido ao Castanho, nós conseguimos vender uma farinha, um peixe e comidas no restaurante da comunidade aos viajantes", apontou.

O assistente da balsa do Igapó Açú Orimar Batista Assunção, 18, disse que há três anos o tráfego de veículos na comunidade era quase zero e a renda da balsa era muito baixa. O maior resultado para ele, com a retomada da rodovia, foi um reajuste no seu salário de R$ 1 mil para R$ 1,4 mil. "Agora eu posso fazer coisas que não podia porque ganhava pouco", comentou.

Aleam

Um dos representantes da Aleam na diligência do Senado, o deputado Platiny Soares, disse que foi possível constar que, em pleno inverno amazônico, está mantida a trafegabilidade da rodovia. "Nos meses de janeiro ficava muito crítica a situação da trafegabilidade e hoje nós pudemos ver máquinas trabalhando para manter uma condição mínima da rodovia", avaliou o parlamentar.

Platiny observou ainda que, além das frentes de obras do Dnit, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) tem controlado o tráfego de caminhões de carga com o limite máximo de 15 toneladas no período de chuvas.

"A PRF também tem feito um trabalho de filtro na rodovia até onde ela suporta. E isso é uma construção. É um trabalho que veio evoluindo e hoje conseguimos manter a trafegabilidade praticamente o ano todo. Pelo que vimos, acho que esse ano será o primeiro ano, após 28 anos, que nós conseguiremos novamente o tráfego na BR-319 o ano todo", avaliou o deputado.

O deputado Adjuto Afonso, que também acompanhou a diligência, avaliou como uma expedição vitoriosa ao alcançar a integração dos Estados do Amazonas e Roraima por meio da BR-319. Ele destacou a iniciativa do senador rondoniense Acir Gurgacz, que tem encabeçado as diligências na rodovia. "É hora de união. É hora de reconstruir e não dividir. Nós temos que somar esforços. O que estamos vendo é isso, as bancadas unida. A população unida em prol de uma estrada que vai servir para os dois Estados e a nossa economia", salientou Adjuto Afonso.

Manicoré

A expedição na BR-319, que contou com a participação da PRF, Dnit, Ibama, ICMBio passou também pelo entroncamento da rodovia federal com a estrada estadual AM-364 que dá acesso à Manicoré. Nessa parada, o prefeito do município, Sabá Medeiros, entregou um requerimento ao senador Acir Gurgacz. O documento pede que o Senado interceda pelo município para que a estrada volte a ser a rodovia federal BR-174.

"Quando ela era federal, nós tínhamos o apoio do governo federal para, pelo menos, manter obras de manutenção. Nós precisamos que ela retorne a ser uma BR para que possamos ter apoio do Dnit", disse o prefeito de Manicoré.

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