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Número de empreendedores diminui no Amazonas e desemprego aumenta

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13/11/2018

Notícia publicada pelo Em Tempo Online

De 2017 para 2018, o Amazonas apresentou queda de, aproximadamente, 5% no número de empreendimentos (incluindo os criados nos anos anteriores) e queda de 1% no número de novas empresas. De acordo com informações disponibilizadas no site do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), parte do problema se deve aos reflexos da crise financeira, como a alta da taxa de juros, inadimplência e burocracia excessiva, que afastaram os empreendedores do mercado.

Até agosto deste ano, o Sebrae registrou 199.275 mil empreendedores no Estado, divididos nas categorias: Microempreendedor Individual (MEI), que é a maioria com 60.528 (51%); Microempresas (ME), com 46.516 (39%); e Empresa de Pequeno Porte (EPP), com 12.231 (10%). Entre eles, 56% são homens e 44% são mulheres.

Entre janeiro e setembro deste ano foram criadas 3.951 novas empresas, 51 empreendimentos a menos do que o registrado no mesmo período de 2017. O Sebrae informa que, além da queda de 1% das novas empresas constituídas, houve uma redução de 51% no percentual das empresas extintas. O Amazonas tem a pior taxa de mortalidade empresarial 33%. A média brasileira é de 23%.

A maioria dos pequenos negócios está insatisfeita com o sistema financeiro brasileiro, apontou o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, na última quartafeira (7), durante a abertura do Fórum de Cidadania Financeira, em Brasília (DF). “As altas taxas de juros, a burocracia o excesso de exigências para tomar um empréstimo são como espantalhos que afugentam as pequenas empresas e impedem que elas busquem os recursos necessários para alavancar o negócio”, comenta Afif, durante o evento.

A diminuição no número de empreendimentos afeta diretamente o mercado de trabalho no Estado. O Amazonas figura na 12ª posição no ranking da taxa de desemprego com o total de 13,9% entre as unidades da federação com maiores taxas. A taxa de desemprego em Manaus é de 19%, segundo o Sebrae, colocando a capital amazonense como a terceira cidade com a maior taxa de desemprego do país.

Perfil empreendedor

Na contramão de parte do mercado financeiro, os jovens e as mulheres estão entre os públicos que mais decidiram empreender. No Amazonas, a participação das mulheres quase dobrou desde 2011, onde elas participavam apenas 25% do total de empreendedores. Neste ano, o índice já aponta que 44% dos empreendedores são mulheres, com 55 mil empresas gerenciadas por elas. Isso significa que a cada 10 empreendimentos, quatro são liderados por mulheres. Um crescimento de 15,4% se comparado a 2016.

Já o público jovem, com idade de 25 a 34 anos, faixa etária economicamente ativa, corresponde a 22% do total de empreendedores do Estado. Segundo o Sebrae, são 27 mil jovens empreendendo em diversos setores. Uma pesquisa realizada neste ano no país com 2.132 empreendedores, de todas as idades, para traçar o perfil do jovem empreendedor brasileiro, aponta que a ideia de se tornar um empreendedor está presente bem cedo.

Um em cada três empresários (32%) já tinha algum tipo de pensamento nesse sentido, antes de completar 18 anos. Quando considerado apenas o grupo de empresários com até 24 anos, 80% já haviam cogitado se tornar um empreendedor antes dos 18 anos.

Setores

O que mais cresce no Amazonas é o terceiro setor da economia, que engloba comércio e serviços e representa 80% dos negócios empresariais do Estado. O setor é seguido pelos ramos de alimentos, vestuário e construção. Além de Manaus, Parintins, Humaitá, Itacoatiara, Presidente Figueiredo, Manicoré, Maués e Tabatinga despertam interesse de empresários para investimento.

Dificuldades

Mesmo com o crescimento de investidores, Manaus figurou no ano passado como a pior cidade do Brasil para se empreender. A avaliação foi do Índice de Cidades Empreendedoras 2017 (ICE 2017) da organização Endeavor. Em 2016, a cidade ocupava a 28ª ocupação no ranking e foi ultrapassada um ano depois por Fortaleza (CE), São Luís (MA), Campo Grande (MS) e Maceió (AL). Manaus foi mais mal avaliada nos quesitos acesso à infraestrutura e ao capital humano e disputou com 32 cidades do país.

Economistas apontam que entre as principais dificuldades enfrentadas na capital amazonense e nos demais municípios do Estado estão: a dificuldade logística provocada por questões geográficas; a falta de mão de obra qualificada; o tempo médio de abertura de uma empresa e a pesada tributação financeira. Pensando na qualificação e no desenvolvimento dos empreendedores, a Prefeitura de Manaus lançou, em outubro deste ano, o pacote de cursos “Aprendendo Profissões, Empreendendo o Futuro”.

Integrante do programa Manaus Mais Empreendedora, coordenado pela Secretaria Municipal do Trabalho, Emprego e Desenvolvimento (Semtrad), o pacote traz 41 opções de cursos, divididos em 44 turmas, como Cooperativismo, Finanças para Empreendedores, Confeitaria, Preparação de Café Regional, Logística e Estoque. Esse projeto do prefeito Arthur Neto é uma das diretrizes do Manaus 2030, que pretende implantar a cultura empreendedora na cidade.

Principais desafios

O planejamento financeiro, na hora de empreender para realizar um sonho ou somente para complementar a renda, é essencial para reduzir risco na empreitada. A cultura do brasileiro é primeiro empreender e só procurar uma assessoria especializada quando começa a enfrentar dificuldades. O Sebrae incentiva o aprendizado e busca pela qualificação antes e após a abertura do empreendimento. A entidade oferece uma variedade de consultorias e cursos especializados para preparar o amazonense antes e depois de abrir o próprio negócio.

Qualificação no interior

No Programa de Incentivo à Inovação, o Centro de Educação Tecnológica do Amazonas (Cetam) e a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) realizam ações de apoio à inovação e ao empreendedorismo nos municípios do interior. A iniciativa é realizada desde maio deste ano e já capacitou profissionais de Manacapuru, Parintins, Itacoatiara, Presidente Figueiredo, Careiro Castanho, Lábrea, Tefé, São Gabriel da Cachoeira, Tabatinga, Boca do Acre, Manicoré, Ipixuna, Coari, Carauari, Nova Olinda do Norte, Humaitá, Novo Aripuanã, Eirunepé, Maués e Manaus.

Os interessados em participar do projeto tornam-se tutores em empreendedorismo, por meio do curso “Introdução à Modelagem de Negócios”, que tem como objetivo impulsionar o desenvolvimento de negócios inovadores no Amazonas, a partir da formação de empreendedores e criação de startups.

Onde buscar ajuda

Além de visitar uma das unidades do Sebrae em Manaus, Coari, Itacoatiara, Manacapuru, Parintins, Tefé e Tabatinga, o empreendedor pode procurar a Semtrad, na rua Rio Jamary, número 77, Conjunto Vieiralves, zona Centro-Sul. A pasta municipal é um dos órgãos que disponibiliza atendimento especializado para os empreendedores da capital amazonense, com apoio de um escritório virtual no site semtrad.manaus.am.gov.br para acesso à legislação, cursos de qualificação, editais e calendário de eventos para o segmento.

Já o Núcleo de Apoio ao Empreendedor (NAE), da Secretaria de Estado de Planejamento, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Seplancti), é uma central de atendimento empresarial voltada para o setor de micro e pequenos empresários, que tem como objetivo a diminuição da burocracia e a redução de custos no licenciamento e regularização de empresas. No local, o empreendedor amazonense ainda conta com um leque de serviços, como: emissão de taxa de localização, expedição de licença e autorização para funcionamento, orientação sobre negócios e contratação de financiamentos. O NAE funciona na Avenida Joaquim Nabuco, 870, Centro.

Indicador

Os 27 mil dos quase 200 mil empreendedores no Amazonas são jovens entre 25 a 34 anos. Dos empresários acima dessa faixa etária, 80% já haviam cogitado se tornar um empreendedor antes dos 18 anos. Para 16% dos donos de negócios com até 24 anos, as tecnologias, recursos e ferramentas disponibilizadas pelas suas empresas surgiram há menos de um ano.

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