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Nova rota do PIM: Equador quer alternativa Ásia-Manaus

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26/04/2016

Autoridades equatorianas e a Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) buscam agilizar melhorias da rota que liga o porto de Manta, no Equador, a Manaus, para permitir grande fluxo de carga, principalmente oriunda da Ásia para o Polo Industrial de Manaus (PIM ). Com as melhorias, espera-se diminuir custos e o tempo do trajeto com o continente asiático e também com países vizinhos.

O tempo de viagem para a Ásia via Canal do Panamá, é de 41 a 60 dias, cairá para 31 ou 35 dias via Manta. Assunto antigo que volta ao debate, o projeto internacional Eixo Multimodal Manta-Manaus, foi tema de uma audiência pública ontem na Aleam (Assembleia Legislativa do Amazonas) proposta pelo deputado Sinésio Campos.

Para o diretor do Escritório Comercial do Equador, Alexis Villamar, são grandes as chances de o Eixo ser concluído em breve. “Não temos data certa para isso, mas em fevereiro tivemos o aceno da presidente Dilma Rousseff. Pela primeira vez um chefe de estado deu a atenção que o tema pede. 80% do projeto está pronto, esperamos a contraproposta brasileira”, comenta Villamar.

Para Villamar, as conversas com Brasília são favoráveis, o que falta é cuidar da infraestrutura do lado brasileiro e captar o interesse da indústria amazonense. “É preciso um cuidado especial quanto à dragagem dos portos para agilizar a atracação.

Itamaraty tem se mostrado interessado e comprometido e a entrada da indústria dará a viabilidade necessária para novos investimentos”, fecha o diretor. Estar nos planos prioritários do Cosiplan Conselho Sul-americano de Infraestrutura e Planejamento), órgão da Unasul (União das Nações Sula-Americanas) aceleram as conclusões do eixo transmodal, disse Chávez. “Praticamente concluído e com o comprometimento dos países envolvidos, estamos levantando as possibilidades comerciais da rota, o que será transportado, quem transportará, quais empresas interessadas e quais as dificuldades estruturais. Para isso já temos uma rodada de negócios marcada para junho próximo e contamos com a participação do empresariado amazonense”, conclui.

O Eixo que pretende unir Manta, no Equador, à capital amazonense, objetiva melhorar as relações comerciais entre os países sul-americanos por meio de hidrovias e rodovias e oferecer uma alternativa ao porto de Santos (SP) para se chegar a Ásia. De acordo com o deputado Sinésio Campos, a audiência veio para chamar a atenção do empresariado e do governo amazonense.

Segundo o deputado, a hora é propícia à discussão. “Em tempos de crise é preciso se usar a inteligência. O PIM (Polo Industrial de Manaus) pede uma alternativa de escoamento de produção. Via Equador o tempo de viagem cairá consideravelmente, o que barateará os custos de transporte, o que pode garantir os empregos do Polo”, disse Sinésio.

Mesmo sendo assunto antigo, o deputado ainda vê desconhecimento da população e do empresariado sobre o tema. “O Eixo já vem sendo usado de forma restrita por alguns pequenos empresários. Mas é preciso melhorar a frequência das hidrovias, para torná-la viável economicamente, para isso ampliamos o debate e queremos participação de entidades de classe, como a Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), ACA (Associação Comercial do Amazonas) e outras ligadas ao turismo, por exemplo”, disse.

Para o ministro da Embaixada do Equador no Brasil, Santiago Chávez, estreitar relações comerciais é de extrema importância para ambos os países. “A rota já é coberta por pequenos negociantes, mas queremos estreitar as relações entre os países através da indústria. O Equador tem interesse em produtos do PIM como celulares e motocicletas, além de maquinário e minério. Isso traria uma frequência maior ao eixo, tornando as atividades mais baratas”, afirma.

A rota, de acordo com Sinésio já está consolidada, faltando aportes do governo brasileiro quanto à estrutura. “Iremos criar um grupo de trabalho, uma frente parlamentar para conhecer o porto equatoriano de Providência e as hidrovias. Falta muito de nosso lado, a Zona Franca de Tabatinga está desativada e o porto de Letícia, na Colômbia, se encontra em péssimo estado”, ressalta o deputado.

Nova saída

Segundo Sinésio, a proposta de uma nova saída para a indústria amazonense é antiga. “Em 2004 eu ‘clamava no deserto’, levantava a discussão e nada era feito. Agora com a crise instalada, o assunto volta com força e nossas hidrovias são vistas como matrizes econômicas.

A classe empresarial já saiu na frente, já vislumbra bons negócios. Falta a classe política e industrial ver isso como uma necessidade”, finaliza o deputado.

A rota

A matéria-prima que abastece o PIM sai dos portos asiáticos, atravessa o Canal do Panamá e entra no Oceano Atlântico. Do porto de Santos, o caminho até Manaus é feito por estradas e hidrovias, levando entre 41 e 60 dias. “Da Ásia até o porto de Manta e daí via terrestre até Providência, depois balsa até Letícia e abatinga, finalizando em Manaus, a mercadoria chega entre 31 e 35 dias, muito mais rápido e barato e o caminho inverso serve de escoamento à indústria”, conclui Sinésio.

Fonte: JCAM

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