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Livro desnuda crise no PIM

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23/06/2017

Reportagem publicada no Jornal do Commercio

Com 30 anos de experiência no setor industrial do Amazonas, o economista e ex-superintendente da Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), Gustavo Igrejas, estreia no universo das letras. O autor, em parceria com a editora Reggo, lançou ontem (22) o livro intitulado "Crise na economia brasileira e no Polo Industrial de Manaus". A obra reúne uma coletânea de artigos escritos por ele para o Jornal do Commércio, publicados no ano passado e expõem sua preocupação em relação a mais grave crise de todos os tempos, por qual ainda passa a economia brasileira e o PIM (Polo Industrial de Manaus). "O livro compila mais que artigos, pois traz algo diferente no conteúdo. Cada publicação possui um anexo com diversos dados em forma de tabelas e gráficos trazendo aos leitores uma riqueza ímpar", afirma Igrejas. O coquetel de lançamento aconteceu no auditório da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), reunindo entidades de classe, amigos e admiradores do ex-superintendente.

Para o vice-presidente da Fieam, Nelson Azevedo, a obra vem ajudar a intensificar o debate sobre a crise política que impacta a economia brasileira e que afeta diretamente o PIM. "O livro já tem um título chamativo e tem essa carga importante por desmitificar e expôr assuntos relevantes como a burocratização no setor, que nessa atual conjuntura atrasa a implementação de empresas. Servirá não só de debate, mas também para otimizar esses pontos que retardam o crescimento da nossa indústria", avaliou Azevedo. Segundo ele, o Polo Industrial de Manaus é a única riqueza da região. "Temos que ver novas matrizes econômicas para complementar o modelo e não novas alternativas", frisou.

O presidente do Cieam (Centro da Indústria do Estado do Amazonas), Wilson Périco, disse que a entidade recebe a obra com entusiasmo e enalteceu a forma como o tema foi abordada pelo autor. "É muito interessante a maneira como ele trata o assunto, usando de algumas ferramentas de economia para demonstrar de forma lúdica o que está sendo falado. A obra dá condições de entendimento referente a crise para todos os públicos, inclusive aquele que não tem base técnica por ser bastante didático", elogiou Périco.

Bate-Bola

Jornal do Commércio - Na maioria dos artigos está presente uma enorme preocupação em relação a grave crise por qual passa a economia brasileira e o pátio industrial de Manaus, considerada uma das mais graves do país. Para o senhor, qual a importância de debater esse tema?

Gustavo Igrejas - Nesse cenário de crise onde temos dois anos seguidos de queda no PIB e toda atividade econômica afetada, o polo de fábricas de bens não essenciais sente mais, porque o consumidor não vai deixar de comer e nem de vestir para trocar um aparelho de celular, bicicletas ou TV, por exemplo. Isso acaba ficando para depois e atinge mais esses segmentos. Com a crise o faturamento do PIM caiu de US$ 41 bilhões para US$ 21 bilhões, já a mão de obra enxugou de 130 mil para menos de 80 mil e no livro eu falo sobre a crise e dou algumas possíveis soluções. Ele é importante para entender que tem que ser feito ajustes nas contas e reformas, inclusive administrativas para dar base na retomada da economia brasileira de forma consistente.

JC - Qual o grande diferencial da sua obra?

Igrejas - Na verdade o livro compila mais que artigos, pois traz algo diferente no conteúdo. Cada publicação possui um anexo com diversos dados em forma de tabelas e gráficos trazendo aos leitores uma riqueza ímpar, sendo possível ser fonte de consultas para estudantes da área, economistas, classe empresarial entre outros públicos.

JC - Agora como autor, qual a sua expectativa referente ao recebimento do livro pelos leitores?

Igrejas - Em meus 30 anos dentro da Suframa, entre cargos relevantes e viagens fiz estudos e pesquisas que me permitiram acompanhar temas importantes. O livro inclusive abraça algumas causas colocadas, como quando falo sobre o desenvolvimento local de produtos e a melhoria na infraestrutura logística, apostas para não sermos tão dependentes de fora. Então, acho que terá sim boa receptividade.

JC - Comente com foi a sua experiência à frente da Suframa.

Igrejas - Foi enriquecedora. Entrei no de 1987 como estagiário e sempre trabalhei acompanhando projetos industriais e dentro das empresas, por isso acabei tendo esse olhar por elas em relação a desburocratização e entendendo que quem gera riquezas são elas. Foram 14 anos em desenvolvimento de projetos e isso dá uma visão da indústria brasileira e ainda, como presidente da autarquia tive uma visão maior ainda. Passei por questões complicadas em um ano à frente dela, mas guardo com carinho. E também sou funcionário da casa, atualmente estou na Secretaria de Desenvolvimento do Estado.

JC - Como o senhor avalia a recente mudança na gestão da Suframa?

Igrejas - Como sabemos os cargos são políticos e se espera que as pessoas indicadas deem o melhor. A Suframa possui um corpo técnico competente e qualificado, sendo que quem estiver à frente vai encontrar uma base muito forte.

JC - Ao que o senhor atribui a demora na recuperação dos indicadores do PIM?

Igrejas - Quando a economia brasileira vai bem os produtos fabricados de características não essenciais também vão e o Amazonas lidera esse cenário. Essencialmente somos voltados para o mercado interno com 95% e sofremos primeiro com o corte dos itens considerados supérfluos. A questão é que dependemos como um todo e temos que viabilizar novos mercados, mesmo com deficiências hoje é necessário investir forte em pesquisa e desenvolvimento, atualmente é investido menos da metade e aí que estar a diferença. Com o atual cenário os impactos por aqui devem demorar mais e talvez no prazo de três a cinco anos voltemos ao patamar dos US$ 41 bilhões de 2011, mas com número reduzido de trabalhadores.

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