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Indústria de bicicletas aposta em novidades tecnológicas

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16/01/2019

Notícia publicada pelo Jornal do Commercio

Setor de bicicletas do PIM (Polo Industrial de Manaus) fechou o ano de 2018 com 73.641 unidades fabricadas, um crescimento de 15,9% em relação a 2017, quando foram produzidos 667.363 unidades. Segundo a Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares), com os investimentos em tecnologias e produtos de maior valor agregado, a perspectiva é que as empresas obtenham um crescimento de 10,8% na sua produção em 2019.


Para o vice-presidente da Abraciclo,Cyro Gazola, depois de quatro anos de declínio, a indústria demonstrou uma retomada nos negócios em 2018, impulsionada pela maior oferta de produtos, preços mais competitivos e expansão da mobilidade urbana. "Isso mostra com clareza o impacto positivo da ampliação das redes de ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas nas cidades brasileiras", comenta.

E com o objetivo de se manter fortes no segmento e vislumbrar um crescimento contínuo de suas marcas e produtos, algumas empresas em Manaus trouxeram novos modelos para as linhas 2019. Segundo o CEO da Sense Bike, Henrique Ribeiro, com a mudança de comportamento do brasileiro frente ao conceito de mobilidade urbana e a busca de uma vida mais saudável, a empresa tem corrido atrás para trazer novidades em seus produtos.

"Neste contexto, a Sense percebeu que, no Brasil, não houve apenas o crescimento do número de ciclistas e de bicicletas, mas uma mudança na mentalidade do consumidor que já procura produtos de melhor qualidade que se adequem a esta nova realidade, tanto para o esporte como para locomoção. O ciclista deixou de olhar a bicicleta apenas como um meio de lazer, ela agora é um meio de vida", disse.

Com a compra da Swift Carbon, a empresa obteve um grande salto em seus produtos aumentando em quase 40% seu portfólio. A nova linha 2019 contempla 26 modelos exclusivos com preços que variam de R$ 1,5 mil a pouco mais de R$ 38 mil. "Neste amplo leque, percebemos a necessidade de expandir as possibilidades do uso da bicicleta, não apenas modernizando os modelos já disponíveis, como desenvolvendo outras soluções capazes de conquistar um público ainda não atendido. Por isso, a linha 2019 traz importantes novidades para o mercado brasileiro, incluindo novos conceitos utilizados apenas em países da Europa e da Ásia", destacou.

Um dos destaques da linha 2019 é a bicicleta elétrica para a prática esportiva, uma forte tendência na Europa, mas que ainda é um paradigma no Brasil. Trata-se da Impulse E-Trail, a primeira e-mtb full suspension fabricada em Manaus. Equipada com dupla suspensão -dianteira e traseira -e a mais moderna tecnologia de sistema elétrico da marca Shimano, a mountain bike é ideal tanto para o ciclista que gosta de fazer trilhas, mas não tem tempo para treinar durante a semana e adquirir um melhor preparo físico.

"Com a Impulse E-Trail, o ciclista pode praticar e aproveitar a trilha, acompanhando grupos que já treinam com mais frequência, pois conseguirá ganhar um "certo fôlego" em momentos difíceis, como nos casos de subidas. Entendemos que as E-bikes podem ser a porta de entrada para quem está procurando começar a fazer trilhas, percorrer longos percursos, servindo como um elemento de inclusão", destacou o CEO.

A maior novidade da linha Sense 2019 é a Exalt, que foi desenvolvida para os praticantes de bicicletas de alto desempenho como trilhas e montanhas. Além desta, a empresa conta com a fabricação do modelo Versa, primeira Gravel -bicicleta fabricada para qualquer tipo de terreno, tanto na terra como no asfalto -produzida em Manaus. Outro modelo é a linha Intensa direcionada para público feminino, construída justamente para adaptar-se a anatomia da mulher.

Para o economista Ailson Rezende, a mudança de comportamento do Amazonense em relação a prática de atividades físicas, é um dos fatores que contribuem para o aumento da produção de bicicletas no Polo Industrial de Manaus. Ele ressaltou ainda, que o setor sempre apresentou bons números de produção na região e, acrescentou que o bom desempenho é importante para a economia do Estado.

"As bicicletas tiveram uma performance muito boa nos últimos anos, diferente do setor de motocicletas. Temos a questão das pessoas optarem por uma vida mais saudável, além da troca do transporte que é um meio mais barato. O Amazonense tem feito muito passeio ciclístico e a cada ano que passa isso tem aumentado. Com o bom desempenho do setor, muitas empresas que queriam sair do polo de Manaus, mantiveram suas empresas. Essa produção é boa, principalmente por que atrai fornecedores de componentes gerando empregos", conta

Números

Na análise isolada de dezembro foram produzidas 21.857 unidades, volume praticamente equivalente ao registrado em igual período de 2017 (21.879 unidades). Na comparação com novembro de 2018 (83.726 unidades), nota-se uma queda de 73,9%. Na avaliação de Gazola, outro motivo para o desempenho expressivo está na redução do índice de inadimplência dos consumidores, aliada ao aumento da oferta de crédito pelas instituições financeiras. Segundo ele, esse fator reforça o otimismo do setor para 2019. "Acreditamos que haverá um crescimento de 10,8% na produção de 2019, devendo chegar a 857.000 unidades", disse.

Os volumes de bicicletas produzidos no PIM em 2018 foram distribuídos para comercialização para as seguintes regiões do país: Sudeste, com 55,4% das unidades; Sul, 19,5%; Nordeste, 14,7%; Centro-Oeste, 5,8%; e Norte, com 4,6%.

Em dezembro foram produzidas 7.653 bicicletas da categoria Urbana, representando uma queda de 37,1% sobre as 12.172 unidades fabricadas no mesmo mês de 2017. Na comparação com novembro (25.480 unidades), a redução foi de 70%.

A categoria Mountain Bike (MTB) contou com 13.711 unidades produzidas em dezembro, volume 102,9% maior em comparação com o mesmo mês de 2017 (6.757 unidades) e 69,4% inferior ao registrado em novembro (44.769 unidades).

A categoria Estrada totalizou 478 unidades produzidas em dezembro, significando aumento de 179,5% sobre o mesmo mês de 2017 (171 unidades). Contudo, na comparação com novembro houve uma queda de 46,3%, com 890 bicicletas produzidas.

A categoria Infanto-Juvenil teve somente 15 unidades produzidas em dezembro, correspondendo a uma queda de 99,5% sobre o mesmo mês de 2017 (2.779 unidades) e um recuo de 99,9% sobre novembro (12.587 unidades).

Dados da entidade mostram também que, no total, em 2018 foram fabricadas 330.573 bicicletas da categoria MTB (participação de 42,7% no mix de produção), 306.740 unidades da Urbana (39,6%), 129.096 unidades de Infanto-Juvenil (16,7%) e 7.232 unidades de Estrada (0,9%). De acordo com a Abraciclo, a categoria MTB vem crescendo principalmente porque envolve um tipo de bicicleta que passou a ser utilizado também nas cidades, apesar de sua aplicação clássica como veículo off-road.

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