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Gestão, a premissa da competitividade

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21/09/2017 08:09

Já em clima de acabou a recessão, o jornal O Estado de São Paulo, o Estadão, desta quarta-feira, destaca os estados que foram capazes de “... realizar uma gestão pública de qualidade”. Aplausos para quem promoveu unidades de federação no enfrentamento da retração da atividade econômica, dos custos crescentes da máquina administrativa e do pagamento de benefícios polpudos aos servidores aposentados. São eles: Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Ceará, Paraíba, Alagoas, Acre e Rondônia, além do Distrito Federal, que tiveram um desempenho melhor que em 2016. A publicação divulga o estudo, Ranking de Competitividade dos Estados, 2017, idealizado e produzido pelo Centro de Liderança Pública (CLP), em parceria com a Tendências Consultoria Integrada, uma avaliação que chegou em boa hora e nos sugere colocar as barbas de molho. Uma hora dessas, será preciso exercitar o protagonismo de quem põe na agenda pública dois desafios: gestão pública e acompanhamento da aplicação transparente dos recursos públicos. Afinal, competitividade é o gargalo estrutural da recuperação ou esvaziamento da Zona Franca de Manaus.

A ausência emblemática Amazonas

Sem gestão não há competitividade. O critério de competitividade aplicado no estudo considera 10 pilares de desempenho, onde o Amazonas comparece em nenhum: capital humano, educação, eficiência da máquina pública, infraestrutura, inovação, potencial de mercado, segurança pública, solidez fiscal, sustentabilidade ambiental e sustentabilidade social, detalhados e compostos por 66 indicadores apurados por instituições de referência – IBGE, IPEA e Secretaria do Tesouro Nacional. O estudo, como toda e qualquer publicação, tem uma meta nem sempre explícita. Em todo caso, o fato de Manaus representar a sétima economia entre as capitais, e o Estado do Amazonas ter 11 municípios entre os 50 piores indicadores do país, nos recomenda a refletir sobre o estudo e indagar o que significa gestão e planejamento. É fundamental poder confirmar ou desmentir suas conclusões e atentar para o fato da frágil e crescentemente precária da economia e da Indústria da ZFM. Os esforços de aproximação entre economia e academia, que desembarcaram lá atrás na parceria USP e UEA, um DINTER, doutoramento institucional, ou seja, uma aposta na preparação de 22 doutores em Administração. É preciso que tenhamos clareza das implicações e ganhos que isso representa. E mais: abrir mãos de velhos paradigmas de administração formalista e burocratizada tendo em vista a inserção no mercado de gestores hábeis, visionários e plugados na superação dos entraves do conservadorismo. Essa preparação precisa de recursos humanos capazes de ter em mente os gargalos existentes em nossa base econômica. A ideia de trazer a FIPE Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, seu portfólio analítico e de indicadores, tem, exatamente, a mesma finalidade.

Acre foi o campeão

Alguns desempenhos servem de alerta. Um deles, o do Estado de Santa Catarina, que conseguiu melhorar desempenho em duas áreas cruciais, segurança pública e infraestrutura, sem perder pontos num campo igualmente relevante como sustentabilidade social. Ceará, Alagoas e Acre tiveram alta em suas notas pelo desempenho melhor que a média na área fiscal. Rondônia, além de ter melhorado a situação fiscal, teve bom desempenho em infraestrutura, segurança pública e sustentabilidade social. A Paraíba deve a alta de sua nota em 2017 principalmente ao desempenho na área de educação. Por fim, a principal razão para a melhoria da nota do Distrito Federal foi a performance na área de segurança. Neste ano, Acre foi o Estado que ganhou mais posições, mas ainda ocupa o 19.º lugar no ranking geral. No topo da lista, a principal novidade, foi a performance de Santa Catarina que conquistou a segunda posição, no lugar do Paraná, que caiu para a terceira colocação. Alguns Estados, como Rio Grande do Norte e Tocantins, que obtiveram notas mais baixas neste ano do que em 2016, ganharam posições no ranking, porque caíram menos que os demais. O Amapá, que perdeu dez posições, passando do 16.º para 26.º lugar, foi o Estado com o pior desempenho em 2017, especialmente pelo resultado obtido nas áreas de educação e capital humano.



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Esta Coluna é publicada às quartas, quintas e sextas-feiras, de responsabilidade do CIEAM. Editor responsável: Alfredo MR Lopes. cieam@cieam.com.br

Publicada no Jornal do Commercio do dia 21.09.2017

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