30/11/2016

Com a queda da produção do PIM (Polo Industrial de Manaus), aproximadamente 88% dos trabalhadores devem entrar de férias coletivas até o final do ano, ou, mais de 70 mil, dos 86 mil empregados que atuam no PIM, aponta o Sindmetal (Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas). No mesmo período do ano passado, em torno de 110 mil trabalhadores tiveram o descanso temporário. Para entidades, as férias coletivas são saídas das empresas para não demitirem, uma vez que a indústria reduziu o ritmo das atividades.

“No total, serão 70 mil trabalhadores de férias coletivas prolongadas a partir da primeira quinzena de dezembro. Este ano, a indústria teve redução de pedidos devido à crise econômica e com isso caiu o quadro de funcionários em comparação ao ano anterior”, disse o presidente da junta do Sindmetal, Adriano Mendes. Segundo a representante, as empresas devem dar o repouso temporário em média de 20 dias aos seus funcionários. “Os setores de duas rodas e eletroeletrônico serão os que devem mandar mais empregados para casa, justamente por terem o maior fluxo de trabalhadores”, destaca.

De acordo com o presidente do Cieam (Centro da Indústria do Estado do Amazonas), Wilson Périco, devido ao cenário econômico atual a previsão é muito similar ao ano passado. “Mas tudo vai depender da empresa, acredito que no mínimo serão 15 dias de férias coletivas podendo chegar até os 30 dias”, afirma. Na avaliação do presidente, prolongar as férias é uma alternativa encontrada pelas empresas para diminuir o impacto das demissões. Segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), a indústria registrou em outubro 232 novas vagas, saldo menor do que os 681 postos gerados em setembro. No ano, toda a indústria de transformação contratou 26,5 mil trabalhadores e demitiu 30,3 mil, equivalente a 3,8 mil vagas perdidas. Em 12 meses, a retração é de 12,9 mil vagas.

Périco ainda comenta que, a indústria teve reduções no ritmo de suas atividades influenciada pela crise econômica que aumentou o número de desocupados no Amazonas e reduziu a renda média do trabalhador. “Houve um recuo na produção durante esse período do ano, em que os estoques crescem, mas a demanda pelos produtos não”, explica. Para ele, toda a cadeia de fornecimento dos segmentos do PIM foi afetada.

O vice-presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas) Nelson Azevedo, reforça que dado ao cenário de 2016, a partir do dia 15 de dezembro as empresas devem começar a dar férias coletivas para seus funcionários. De acordo com ele, em razão disso não haverá novas contratações a nível de indústria para atender pedidos de fim de ano. “No entanto a partir de março de 2017 o setor deve voltar a contratar, mas com muita cautela”, afirma. A SRTE-AM (Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Amazonas) informou que até o momento 19 empresas do Polo Industrial de Manaus realizaram a comunicação prévia que adotarão o recesso coletivo. A maioria começa a mandar os funcionários para casa, no próximo dia 19.

Suframa contabiliza 86,2 mil

Conforme os Indicadores de desempenho do PIM da Suframa, no mês de setembro foram criadas 317 vagas, período em que foram contabilizados 86.253 empregados entre efetivos, temporários e terceirizados. Em agosto, o quantitativo era de 85.936. Na comparação com setembro de 2015, quando foram registradas 100.875 pessoas trabalhando nas empresas do setor, há uma queda de pouco mais de 14 mil empregos. O número registrado mostra que a mão de obra teve uma recuperação pelo segundo mês consecutivo, o que tornou setembro o terceiro melhor mês do ano neste quesito, atrás apenas de janeiro (87.775) e fevereiro (86.317).

Mesmo com indicadores positivos, na avaliação dos empresários e entidades, ainda não representam retomada econômica do setor, mas demonstram recuperação da credibilidade dos investidores que possuem projetos aprovados nas reuniões do CAS (Conselho de Administração da Suframa) e Codam (Conselho de Desenvolvimento do Estado do Amazonas).

Fonte: Rede Tiradentes