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Caloi vai dobrar produção em Manaus

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21/09/2018

Notícia publicada pelo site Valor Econômico

A Caloi planeja dobrar a capacidade de produção de sua unidade industrial na Zona Franca de Manaus entre 2019 e 2020. A fábrica, que atualmente produz 600 mil bicicletas por ano, passará a 1,2 milhão de unidades. Com o patamar atual, a companhia detém cerca de 25% do mercado brasileiro em volume.

Serão investidos R$ 20 milhões na operação pela controladora Dorel. O grupo canadense, que comprou a fabricante brasileira em 2013, fatura US$ 2,6 bilhões por ano com bicicletas, produtos infantis, como carrinhos de bebês, e artigos para casa.

"Entre 2015 e 2018 a maior parte dos recursos foi para processos e infraestrutura. Desta vez, vamos nos concentrar em maquinário e automação, para ganhar produtividade", disse Cyro Gazola, presidente da Caloi. Com passagens por Mondelez e Philips, o executivo assumiu o comando da empresa em 2016, após Eduardo Musa, presidente anterior e ex-acionista, concluir o ciclo de três anos previsto no contrato de venda para a Dorel.

A fabrica de Manaus produz ou monta produtos das cinco marcas que a Dorel vende no Brasil: bicicletas Caloi, Cannondale, GT e Schwinn, além dos equipamentos e peças da marca Fabric.

No mundo, o grupo canadense fatura US$ 1,2 bilhão com bicicletas. A companhia não divulga números por país. Em 2012, antes de ser comprada pela Dorel, a Caloi faturou R$ 273,5 milhões, último dado público disponível.

Gazola afirmou que os investimentos no Brasil vão permitir acompanhar a demanda que voltou a crescer, após anos de retração entre 2015 e 2017. "Este ano vamos crescer dois dígitos", disse. A expectativa é de alta de 13% a 19% sobre as vendas de 2017.

Segundo a Abraciclo, associação de fabricantes do setor, a produção deve crescer cerca de 15% este ano e atingir 765 mil unidades. O número considera apenas os associados à entidade. Levando em conta toda indústria, o mercado brasileiro é de 2,5 milhões de unidades por ano. A Caloi tem cerca de 25% desse mercado em volume. Em faturamento, a fatia é da ordem de 35%, de acordo com o presidente da companhia, por causa do valor médio de cada bicicleta vendida.

De 50% a 60% das bicicletas produzidas pela Caloi são feitas com quadros de aço e custam de R$ 300 a R$ 1,2 mil; outros 30% a 40% são modelos em quadros de alumínio, com preços de até R$ 5 mil; enquanto uma fatia de 10% é de produtos mais caros, de até R$ 20 mil, montados em carbono.

Quanto mais sofisticada a bicicleta, maior a composição de insumos importados no preço. Os quadros de carbono, por exemplo, são 100% fabricados na China, país que responde por 85% das cerca de 130 milhões de bicicletas produzidas no mundo anualmente.

Gazola disse que as linhas de produção da Caloi refletem a segmentação da demanda no Brasil. Cerca de 60% das compras no mercado brasileiro são de produtos com quadros de aço e preços abaixo de R$ 1 mil. Outros 40% são modelos com quadros de alumínio.

Em todas as faixas, as compras este ano estão mais fortes, disse o executivo. Ele destacou novos segmentos de demanda, como as plataformas de compartilhamento de bicicletas que estão estimulando o uso do veículo.

Gazola disse que o investimento na produção será acompanhado de incremento na verba de marketing. "Vamos triplicar o investimento em marketing", acrescentou, sem revelar números. Neste sábado, a empresa inicia uma campanha publicitária com um novo logo e retoma o lema dos anos 80: "Não esqueça a minha Caloi".

Diferentemente das propagandas de três décadas atrás, que miravam as crianças, as peças agora têm foco no ciclista. "'Não esqueça a minha Caloi' significa não esquecer que os ciclistas estão nas ruas, nos espaços públicos, e precisam de respeito e segurança", disse Gazola. "Queremos retomar a relação com a família."

A Caloi chegou a fabricar mais de um milhão de bicicletas nos anos 90, antes de ser atingida pela concorrência chinesa nos anos 2000, juntamente com a indústria brasileira do setor. Para preservar a sobrevivência, a companhia se voltou para modelos de maior valor agregado, buscando componentes importados.

"Anos atrás, deixamos de concorrer em produtos de entrada, abaixo de R$ 400. Foi um espaço que voltamos a ocupar e hoje, temos produtos para todos os segmentos e faixas de preços", disse Gazola. O mercado que é disputado por outras empresas como Sense, Houston e Oggi, todas com fábricas em Manaus.

O executivo disse que as vendas deste ano estão dadas - o varejo já comprou as bicicletas que venderá até dezembro. "O desafio de verdade é 2019", afirmou. Segundo ele, a guerra comercial entre Estados Unidos e China, a alta do dólar ante o real e o tabelamento do frete devem pressionar os custos.

Cerca de 70% do custo de produção de uma bicicleta no Brasil é atrelado ao dólar. "Mesmo em componentes fabricados aqui há insumos importados", disse Gazola. Mas sua maior preocupação está relacionada ao tabelamento do frete rodoviário por parte do governo, depois da greve dos caminhoneiros em maio. Ele calcula uma alta de 18% a 20% no custo logístico de toda a cadeia se o tabelamento for mantido.

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