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A indústria ainda está febril

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22/11/2017

Reportagem publicada pelo site Diário da Manhã

A indústria brasileira vai mal das pernas, são as próprias lideranças industriais que o admitem. O país passa por um pro­cesso de desindustrialização preco­ce. Nos últimos anos, a participação da indústria nas exportações brasi­leiras caíram drasticamente. A par­ticipação da indústria brasileira no comércio internacional beira a irre­levância, não passa de 3%.

Ainda que o governo de Michel Temer venha encaminhando algu­mas propostas da agenda da indús­tria brasileira, formulada pela Confe­deração Nacional da Indústria (CNI), não há sinal de recuperação do se­tor a curto prazo. Hoje a indústria brasileira se apega a tábuas de sal­vação para continuar na superfície.

O Termômetro da Indústria é uma ferramenta interativa que apresenta o desempenho recen­te da indústria brasileira. Foi cria­do pela CNI. Trabalha com dados do IBGE e da própria CNI. A situa­ção da indústria é identificada pela combinação de um conjunto de indicadores. O último termôme­tro, divulgado pela entidade, reve­la um quadro de anemia profunda. A maior parte dos indicadores está negativo. Uns poucos se mostraram estáveis. Só o que mede a confiança do empresário industrial parece ter melhorado. Apesar das adversida­des, quase metade dos industriais brasileiros continua acreditando que as coisas vão melhorar.

A importância da ferramenta é que ela permite identificar rapi­damente se a indústria está cres­cendo ou não. A análise baseada em um conjunto de indicadores traduz de maneira mais apura­da a situação da indústria. Ain­da que a indústria apresente um bom desempenho, é possível que alguns indicadores registrem re­sultado negativo. O oposto tam­bém é verdadeiro. “Assim, para se evitar conclusões equivocadas, é importante considerar mais de um indicador”, afirma a CNI.

O mais importante é o indica­dor de produção. Variou positiva­mente em 0,2% em relação a se­tembro. Os dados divulgados pelo termômetro referem-se a outubro. Este índice vai de 0 a 100 pontos ou mais. Indicador mensal que estima a evolução da produção, ou melhor, do valor adicionado da indústria geral (transformação e extrativa), descontados os movimentos sazo­nais. Elaborado e dessazonalizado pelo IBGE, é um índice de base fixa, tendo como base a média de 2006 = 100, divulgado cerca de 30 dias após o fechamento do mês de referên­cia. Atualmente, está em 87,3. Mas já chegou a mais de 105, em 2008. Ou seja. De lá para cá a produção medida por este índice só faz cair.

Este índice permite acompanhar o comportamento mensal da pro­dução industrial brasileira, ou seja, do que é produzido dentro do Bra­sil pelas empresas das indústrias de transformação e extrativa. Anteci­pa a variação do PIB industrial, que será conhecido cinco meses depois do fechamento do trimestre.

Este índice de crescimento pífio repercutiu no faturamento negati­vo do setor industrial. A queda foi de 0,9% em relação a setembro. De­pois de atingir um pico de 132,6% em agosto de 2013, o índice entrou em tendência brusca de queda, com pequenas altas seguidas de novas quedas. Em outubro do ano passa­do chegou a 100 pontos. De lá para cá, vem mostrando uma tendência algo tímida de crescimento, incer­tada por pequenas quedas. Depois de atingir 109 pontos em setembro, recuou de novo para 100.

Indicador mensal estima a evo­lução do faturamento, ou das ven­das reais (descontada a inflação) na indústria de transformação, des­contados os movimentos sazo­nais. Elaborado e dessazonaliza­do pela CNI, é um índice de base fixa, tendo como base a média de 2006 = 100, divulgado cerca de 30 dias após o fechamento do mês de referência. Permite acompanhar o comportamento mensal das ven­das na indústria brasileira. É um dos primeiros indicadores a res­ponder a variações da demanda. Quanto maior o indicador, maior o valor das vendas industriais, des­contando o efeito da inflação.

O indicador de horas trabalha­das recuou 0,1% em relação a se­tembro. É o indicador mensal que estima a evolução do total de ho­ras trabalhadas por todos os tra­balhadores empregados na pro­dução, incluindo as horas extras, descontados os movimentos sa­zonais ajuda a prever o movimen­to futuro no número de empre­gados: crescimento contínuo das horas trabalhadas resultam na necessidade de contratação de trabalhadores e vice versa.

Permite ainda acompanhar o comportamento mensal das ho­ras trabalhadas na indústria bra­sileira. As horas trabalhadas são mais voláteis que o número de empregados, ou seja, respondem mais rapidamente a variações da produção. Por esse motivo, o in­dicador também pode ser usado como um estimador da produ­ção. Quanto maior o indicador, maior o número de horas traba­lhadas na indústria. Consideran­do que o aumento da produção requer mais horas de trabalho, o crescimento do indicador reflete a expansão da produção.

A exportações caíram 3,6% em relação a setembro. Em 2008, che­gou a pontuar 113,9 pontos. Atual­mente, está em 86,1%. O índice que marca o estoque efetivo pla­nejado ficou estável aos 50,7 pon­tos. Indica que, embora não es­teja havendo encalhe, as vendas também não estão lá essas coisas.

Já as unidades de capacidade instalada apresentaram queda, pontuando 41,8 pontos. Isto quer dizer que mais da metade das má­quinas e equipamentos da indús­tria brasileira estão ociosos. A si­tuação já esteve pior. Em março de 2016 chegou a pouco mais de 30%. De lá para cá vem crescendo muito lentamente. De um modo geral, a produção ainda está desaquecida.

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