16/07/2018
Notícia publicada pelo Em Tempo Online
“Em janeiro começamos com 4.0 e fechamos o mês de junho com 3.5. Além disso, as cobranças ficaram mais rígidas e os lojistas não estão liberando créditos. Eles estão mais atentos, consultando, examinando para não liberar aos inadimplentes”, avaliou.
Para Assayag, essa atenção maior é uma boa prática, já que assegura que o
consumidor não vai ficar com mais uma dívida que não pode pagar. Com isso, a
pessoa primeiro limpa o nome, para depois conseguir comprar novamente.
No segundo semestre, a expectativa de novas contratações é alta por conta da chegada das festas de fim de ano. Isso faz com que o consumidor recupere a tranquilidade em pagar as contas e voltar a ter crédito.
O percentual de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas em
atraso, e que permaneceram inadimplentes, aumentou 1,1 ponto percentual, se
comparado a 2016, chegando a 10,2% na média de 2017. O patamar mais elevado
desse indicador foi registrado no mês de setembro, quando atingiu 10,9% das
famílias.
Feirão Limpe Seu Nome
Todos os anos, o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), em parceria com a CDL – Manaus, realiza nos meses de outubro e novembro, o Feirão Limpe Seu Nome. No ano passado foram mais de 40 mil pessoas que aproveitaram a oportunidade de renegociação para tirar a restrição do CPF.
“Estamos confiantes, uma vez que o Feirão acontece nos meses em que o 13º salário do governo e da prefeitura, e em torno de 10% das empresas, são liberados. A gente acredita que já em agosto, a taxa de inadimplência caia um pouco mais. Em torno de 40% do recebimento será destinado ao pagamento de dívidas”, ressaltou o presidente da CDL – Manaus.
Para este ano, existe a possibilidade de que o Feirão seja online. Um aplicativo para que o consumidor possa fazer as renegociações, sem sair de casa, direto do celular, está em fases de testes. O objetivo é evitar qualquer problema após o lançamento.
"Outubro e novembro temos o Feirão Limpe seu Nome e esse ano estamos
trabalhando para que o feirão seja online. Teremos um aplicativo, que está em fase de testes para que o consumidor consiga fazer suas renegociações de casa, em
outubro. Será a primeira vez que teremos uma plataforma para o processo ser
realizado digitalmente", relatou.
A novidade, porém, ainda não está confirmada para este ano, uma vez que os testes ainda estão sendo realizados.
“Estamos correndo contra o tempo para estar tudo pronto até o dia do lançamento. Porém, mesmo que a gente não consiga fazer online, o Feirão vai acontecer e a esperança é que o número de renegociações seja maior”, concluiu Ralph Assayag.
A pedagoga Márcia Noronha foi uma das que aproveitou o Feirão e conseguiu sanar uma dívida de mais de R$ 1 mil, com uma loja de confecções.
“Fiquei com a dívida após ficar desempregada. Recebi o e-mail do feirão e logo fui atrás para negociar. Eu consegui um desconto de 70% e recuperei o crédito. Essas feiras são ótimas para quem não tem como pagar a dívida toda”, disse.
Para o economista Judah Torres, toda a situação difícil que a economia do país vem passando, aumenta o número de desemprego. Em consequência disso, há a elevação da inadimplência. A solução é ter cautela e seguir três passos fundamentais para não gerar mais dívidas.
“A alternativa é colocar todo o orçamento familiar na ponta do lápis, o que causa uma organização. A segunda opção é eliminar gastos supérfluos, nesse caso, a família tem que trabalhar em conjunto. Por fim, aproveitar as feiras de renegociação e, principalmente, buscar o estabelecimento que está devendo, para fazer uma negociação amigável. É necessário evitar uma possível judicialização da dívida, que pode acarretar problemas maiores. Com essas medidas, aos poucos, as contas vão se normalizando”, falou.
Torres explicou que o período mais turbulento da economia do país já passou.
“Estamos em um cenário de estabilização econômica, porém não estou otimista que
a taxa de devedores caia, enquanto a taxa de desemprego continue na mesma”,
concluiu.