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Veja funcionamento do comércio e indústria em Manaus na Copa

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18/06/2018

Notícia publicada pelo site Em Tempo Online

Com a primeira partida do Mundial de Futebol na última quinta­feira (14), o clima patriota invadiu a cidade em mais um ano que o torcedor espera o sonhado título de hexacampeão. Apesar disto, empresários dos setores do comércio, da indústria e dos serviços disseram que o consumidor manauense não está muito animado para sair de casa e afirmam que vão interromper temporariamente as atividades nos dias de jogos da seleção brasileira.

Centros Comerciais

Para os jogos da primeira fase, programados para ocorrer neste domingo (17), na sexta (22) e na quarta (27), os centros comerciais vão funcionar em horários facultados pelos proprietários. Neste domingo (17) ,os empresários do Centro de Manaus e algumas lojas de bairro funcionam até às 13h. Na sexta, as atividades vão começar a partir das 11h e no terceiro jogo, os lojistas param no momento da partida e decidem se retornam à movimentação ou não.

Segundo o vice-­presidente da Câmara dos Dirigentes dos Lojistas em Manaus ( CDL­Manaus), não é esperado grande movimento neste domingo. “Os proprietários fecham as lojas mais cedo e vão para casa ver o jogo porque sabem que o movimento vai diminuir drasticamente, mas sem muito prejuízo. No dia seguinte, eles podem recuperar as duas horas de jogo perdidas nas vendas. O pior dia, no entanto, vai ser na quarta (27) porque o jogo vai ser no meio do horário comercial. Aí, cada proprietário vai decidir se abre as portas, ou não”, afirmou.

Neste cenário, Azuri destaca que “hoje em dia o comércio não para por qualquer coisa”. Fatores como a taxa de desemprego e a crise econômica têm mantido o trabalhador mais preocupado em não faltar ao serviço".

O vendedor de eletrodomésticos, Roosevelt Brandão diz que não vale a pena continuar funcionando nos horários dos jogos. “Pela minha experiência de 11 anos no varejo, o movimento maior para as vendas é o período da manhã. Quando o Brasil entra em campo, as pessoas vêm para assistir, mas nunca compram nada. Além disso, vários mendigos também se juntam ao grupo. Não conseguimos vender nada e ainda ficamos com receio de algo ser roubado da loja”, admitiu.

Feiras

O horário de permissionários das feiras municipais de Manaus não será afetado pelos jogos, conforme a Subsecretaria Municipal de Abastecimento, Feiras e Mercados (Subsempab) divulgou. A feirante Adriane Silva trabalha em uma quitanda de camarão na Manaus Moderna e confirmou que vai trabalhar normalmente, mesmo com a pouca procura pelo crustáceo. “Minha patroa não vai nos liberar e, na hora dos jogos vamos assistir por uma televisão aqui da feira”, falou.

Quem for ao mercado Adolpho Lisboa perto do horário de alguns dos jogos brasileiros vai encontrar a veterana Amazônia Takedo, 58. Mesmo com quase nenhuma expectativa de crescimento até o fim da copa, ela falou que vai manter a barraca aberta. “Apesar de não ser nada igual como em 2014, vou continuar funcionando normalmente. Comprei até uma televisão para transmitir as partidas. Vê se chama mais gente para comprar”, completou.

Bares, restaurantes e motéis

Um dos lugares mais movimentados na cidade, principalmente em época de copa, é a praça do Carangueijo, no conjunto Eldorado, Parque 10, Zona Centro­Sul. O vendedor Deosdete de Lima, 55, afirma que haverá funcionamento dos bares como nos dias normais, mas também esboça uma aparência de pouca esperança.

Para ele, há pouco sentimento envolvido com a participação do Brasil no Mundial e que isso impacta diretamente nas mesas dos bares. “Trabalho em um dos bares mais antigos da praça e, para este mês, esperamos lucrar em torno de 15% nas vendas. Lembrando da copa de 2014, isto não é muita coisa, visto que aumentamos nossa renda em 40%”, falou. Ele afirma que a presença de “gringos” na cidade ajudou bastante o crescimento nas vendas.

Bar do Armando

O bar do Armando, no Centro da cidade, partilha o mesmo sentimento. Abrindo mais cedo na sexta-­feira (22), em que o jogo começa às 8h, o atendente Joel Andrade disse que os funcionários estão se preparando para um possível frenesi nos clientes, mas que não espera muito. “Antes dos jogos, algumas pessoas gostam de fazer aquele esquenta para se preparem e queremos estar prontos. Mesmo assim, nada fora do comum. Para nós, é um dia normal como os outros”, pontuou. Já o café da Priscila, um dos mais conhecidos da capital, falou que vai diminuir o funcionamento enquanto a seleção brasileira estiver em campo. “Não vamos liberar os funcionários para casa, mas alguns deles vão ficar vendo o jogo, enquanto outros se revezam no atendimento”, disse.

Motéis e Hotéis

Motéis e hotéis da cidade confirmaram uma rotina parecida. “Vamos continuar atendendo, mas com a televisão antenada nos passes da seleção”, falou uma atendente do motel.

Os oito shopping centers de Manaus vão funcionar em horários diferenciados, conforme programação de cada empresa. A assessoria do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes informou que os horários de funcionamento permanecem os mesmos, mas é recomendável consultar as companhias de viagens antes de irem ao aeroporto para a confirmação dos embarques.

O economista José Fernando, da Federação do Comércio do Amazonas (Fecomercio), falou que, em termos gerais, os jogos da primeira fase do Mundial não devem impactar o comércio local. “Esperávamos uma movimentação maior dos clientes para o aumento na venda dos itens da Copa, mas não aconteceu. O outro lado, o que poderia ser negativo para os lojistas, não é tão forte assim”, garantiu.

Segundo ele, Copa do Mundo não é feriado e o brasileiro de 2018 não se entretém mais como antigamente. “Algumas paralisações pontuais não vão afetar a venda deste meio do ano", completou. O vice­-presidente da CDL ­Manaus disse, no entanto, que um ponto negativo é o ponto facultativo decretado para o município nos dias de jogos na semana.

"Não tinha necessidade para tanto. Um prejuízo muito tímido será ocasionado por causa disto, sem ser possível mensurar, mas nada que não possamos recuperar em dia", finalizou.

Indústria

A indústria é um dos setores mais importantes da economia amazonense, mas as fábricas não vão ter resistência em relação aos jogos do Brasil e devem liberar os trabalhadores em turnos que forem acontecer as partidas da equipe nacional. A informação foi confirmada pelo consultor do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), Alfredo Lopes.

De acordo com Lopes, não existe uma combinação geral sobre o expediente em dia de jogos, cada fabrica terá sua recomendação própria, e Centro da indústria também não teve participação em qualquer recomendação para as empresas, deixando­as livres para escolher a melhor forma de agradar seus funcionários.

“As empresas estão com dificuldades na produção, principalmente agora com a nova façanha do Governo (Federal) de mudar a tabela de frete dos caminhões, além da perda dos incentivos dos concentrados, mas não tem como em jogos do Brasil, obrigar o pessoal a trabalhar. Tradicionalmente é dado um espaço para que acompanhem as partidas e depois voltem, e esperamos, que voltem mais dispostos para o trabalho”, comentou Lopes.

Sem prejuízo

E para interromper toda uma linha de produção, é preciso fazer planejamentos, o que segundo Lopes, as empresas já vem realizando pensando nesse período. Quanto ao prejuízo, o consultor deixou claro que não existe qualquer perigo de, pelo menos as três primeiras paralisações dos três primeiros jogos do Brasil, refletir na produção do mês, por se tratar de apenas um turno de interrupção a cada uma semana aproximadamente.

As empresas terão que improvisar para compensar o tempo de produção perdido durante os jogos do Brasil quando as linhas de produção estarão parcialmente ou totalmente paradas. Um exemplo é a Moto Honda da Amazônia, fabricante de motocicletas do Polo de Duas Rodas, que vai dispensar os 6 mil funcionários quando a seleção brasileira entrar em campo. De acordo com o setor de relações institucionais da Honda, os dias que não forem trabalhados serão recompensados com acréscimo de tempo a carga horária normal nos dias trabalhados.

Bancos

Agências bancárias por sua vez serão obrigadas a abrir ao público no mínimo quatro horas durante as datas de jogos do Brasil, e informar os horários com dois dias de antecedência de seguindo determinação da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Assim será dispensado o cumprimento da regra em vigor, que prevê cinco horas obrigatórias e ininterruptas. As agências bancárias deverão afixar em suas dependências aviso com antecedência mínima de dois dias úteis, informando sobre o horário de atendimento nos dias dos jogos. No horário específicos de Manaus, no dia 22 (sexta­feira) as agências abrem das 12h às 16h e no dia 27 (quarta­feira) funciona das 08h às 12.

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