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Reajustes de preços impactam economia

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18/04/2018

Notícia publicada pelo jornal do Commercio

Os reajustes em produtos e serviços, a exemplos dos remédios, contratos de aluguel, cesta básica, gás de cozinha e o preço da gasolina, recentemente anunciado pela Petrobras, podem frear a produtividade e a estabilização econômica, iniciada no segundo semestre do ano passado. O alerta feito por especialistas, aponta que os aumentos refletem diretamente na inflação e não acompanham a alta salarial dos trabalhadores brasileiros. E longe dos grandes centro de consumo, Manaus sente esse impacto potencializado. Para o economista da Fecomércio-AM (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Amazonas), José Fernando da Silva, atualmente o reajuste dos combustíveis é o que mais pesa no bolso do contribuinte e pode causar maior impacto na evolução econômica. "Isso porque causa um efeito em toda a cadeia produtiva, seja no comércio, indústria ou serviços, atingindo transporte, frete, energia elétrica entre outros em um momento importante para a retomada pós-crise. Esse tipo de movimento tende a frear um crescimento econômico nacional que poderia ser maior", analisa. Para se ter uma ideia, o preço do litro da gasolina em Manaus pode subir para R$ 4,52, caso os proprietários dos postos de combustíveis decidam repassar integralmente ao consumidor o novo aumento praticado pela estatal nas refinarias no início desta semana. José Fernando destaca que, por está longe dos grandes centros de consumo e abastecimento, a capital amazonense acaba sentindo duplamente os reajustes.

"Temos aqui questão da dificuldade logística, Manaus desembolsa um frete alto para receber produtos que não são produzidos na região, o que acaba sendo repassado para o consumidor final", disse o especialista. Ele acrescenta que em alguns casos, o valor do frete é mais caro que o propno procuro. Por exemplo, têm itens do segmento da construção civil como azulejos e cerâmicas que o custo de deslocamento chega a mais de 25%. Algo bem similar é observado com os televisores, onde o frete de insumos fica em tomo de 18% do custo do produto", comenta. Apesar dos efeitos retardatários que os reajustes podem causar à economia, o especialista se mantém otimista com o cenário para este ano. "A tendência é estabilizar o crescimento, mas é importante salientar que quem paga esses aumentos é o consumidor, que quando se sente no bolso a alta dos preços retrai o consumo. Com isso, não há venda, não se gera emprego, nem estoque e muito menos impostos", finaliza o economista da Fecomércio-AM.

Itens mais caros do mundo

Na leitura do empresário e presidente da assembleia geral da ACA (Associação Comercial do Amazonas), Ismael Bicharra, enquanto tais reajustes giram em tomo de 30%, o aumento salarial em setores do comércio e indústria ficam em modestos 2%. "Como o brasileiro pode consumir se não tem dinheiro sobrando e só pode comprar o estritamente necessário?", questiona Bicharra. "Não há dúvidas que o aumento nos preços deixa a retomada econômica mais lenta, afinal temos aqui a gasolina mais cara do mundo, além dos medicamentos, transporte, passagens aéreas só para citar alguns. Tudo embutindo imposto onde o brasileiro chega a pagar 50% só disso. É um absurdo, já que a taxa bancária é alta e a do cartão pior ainda", critica o empresário. "Nesse cenário só quem é beneficiado são os bancos, o resto sofre, principalmente os desempregados. Fala-se em 13 milhões de brasileiros sem trabalho, mas existem outros 50 milhões que desistiram de procurar emprego. Com muitas empresas fechada% o desemprego ainda assombra e o que gera renda é o trabalho da população", sentencia Ismael Bicharra.

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