15/12/2017
Artigo publicado pelo site Infomoney
Determinadas a encontrar saídas para superar
o momento confuso que vive o Brasil, as entidades de classe da
Indústria descobrem que, muito maior que a
distancia entre São Paulo e Amazonas, o que
deve nos unir sempre é o sentido de
brasilidade. Com disposição e acolhida, as
entidades dos Estados de São Paulo e Amazonas, o mais próspero e o mais rico Amazonas, o mais próspero e o mais rico. Competitividade, criatividade, determinação são alguns dos ganhos dessa
partilha.
Empreendedorismo, inovação, produtividade
Chamam a atenção os critérios que orientam o destaque das empresas e seu
reconhecimento, onde se ressalta o mérito empreendedor, a inovação tecnológica e a
produtividade. Receberam este reconhecimento da Associação Brasileira da Industria
Têxtil, empresários como Alfredo Bonduki, Antonio Greco, Flávio Rocha, Matheus
Fagundes e Shuigueru Taniguti Junior, das empresas Fiação Alpina, Riachuelo, 2 Rios
Lingerie e Bratac, todos sendo destacados por travessias bem sucedidas nesse mar revolto
da economia brasileira.
O têxtil, a indústria, a Amazônia
Reunir São Paulo e Amazonas signica
integrar saberes, conquistas, memória,
conhecimentos e experiências que certamente são importantes para superar os desaos
presentes e futuros. Anal,
o processo de industrialização do Brasil se inicia com a
tecelagem, e a revolução industrial inglesa se consolida com o algodão maranhense e a
percepção de que os índios da Amazônia já produziam suas vestimentas artesanalmente
com bras
vegetais. Hoje, a Ciência confirmou
aí um acervo de potencialidades que as
coleções do INPA avaliam como verdadeiros tesouros de biodiversidade e seu multiuso no
cotidiano das populações tradicionais.
Economia, ecologia, sustentabilidade
Hoje, a tecelagem de juta e malva, espólio industrial reforçado pela presença japonesa na região amazônica, aguarda mecanismos de inovação tecnológica para agregação de valor, item precioso do portfólio paulista, Estado que se empenha em avançar em tecnologia para incrementar economia. A Ciência já ofertou as vantagens de fibras,
como o curauá,
que podem substituir a fibra
de vidro de produtos de informática e automotivos, numa
economia de reposição florestal
e sustentabilidade ambiental.
Assumindo o protagonismo
Este convite da ABIT ao CIEAM, entidades que possuem Conselheiro que participam em
ambas as entidades, possibilitou reunir lideres empresariais de todo o Brasil, nesta
conexão entre Amazonas e São Paulo, ampliando a compreensão da urgência do
associativismo empresarial, bem como da necessidade de assumirmos a liderança das
atividades relacionadas aos poderes públicos. Esta qualificação
passa pela valoração
inteligente do setor que gera e recolhe tributos. Valorar
significa
assumir o protagonismo de quem pode exigir transparência e retorno social na
aplicação desses tributos. Só assim poderemos exigir a contrapartida dos investimentos em infraestrutura, condições do exercício da competitividade e
da abertura da economia para o mercado global, ou seja, pensar em como termos um
Brasil competitivo ao invés de canibalismo industrial entre as regiões do País.
Direitos e responsabilidades
Decididamente, aproximar entidades de classe e empresários é possibilitar espaço sadio para entendimento e prestação de contas da tão criticada renuncia fiscal oferecida a vários segmentos e regiões, renuncia essa que utiliza para empinar o empreendedorismo no País e suas contrapartidas, no caso uma das regiões mais pobres na ótica socioeconômica, como a região Norte, é também das mais robustas de potencialidades naturais e de possibilidades de industrialização de produtos de uma nova economia, com baixa emissão de poluentes, compatibilizando economia e ecologia, fundada nos negócios da biodiversidade e geodiversidade, de suas imensuráveis reservas minerais, recursos hídricos e de seus serviços ambientais. Assim reunidos, podemos reivindicar direitos e exercer conjuntamente nossas obrigações. Agendas futuras foram delineadas e outras oportunidades existirão para que os próximos passos possam ser trilhados.
Empreendendo oportunidades
No caso do Amazonas, exigir os direitos de aplicar na região os recursos gerados pela Indústria, tanto na pesquisa e desenvolvimento de produtos como interiorização do crescimento socioeconômico. Hoje, as verbas de P&D são 80% confiscadas e as demais usadas integralmente para custeio da máquina pública. Essa Aritmética não multiplica a prosperidade, apenas subtrai benefícios e impede empreender oportunidades, como a indústria de São Paulo e Amazonas, em parceria criativa, sabem promover.
*Wilson é economista, presidente do CIEAM, Centro da Indústria do Estado do Amazonas e
vice-presidente da Technicolor para a AL