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Indústria de Manaus já demitiu quase 14 mil trabalhadores, até março

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16/04/2015

Só no primeiro trimestre de 2015, o Polo Industrial de Manaus (PIM) já demitiu aproximadamente 14 mil trabalhadores, de acordo com estimativa do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam).

Conforme a entidade, as demissões começaram no final de dezembro de 2014, ano que a produção esteve aquecida por conta da Copa do Mundo. Segundo o presidente do Cieam, Wilson Périco, os segmentos que mais demitiram neste ano foram o eletroeletrônico e o de duas rodas.

O dirigente frisou ainda que a quantidade de demissões é altíssima e preocupa. "O número mostra a retração da atividade por conta do cenário econômico vivido pelo país", ressaltou.

O economista Gilmar Freitas, também acredita que as demissões no PIM sejam reflexos da crise econômica.

"Uma empresa não demite pelo simples prazer de demitir, ainda mais tendo em vista que está dispensado um investimento que fez com o treinamento do funcionário. Quando contratar um novo, ela terá todo um gasto novamente. A empresa só demite quando ocorre queda de produção, pois não tem como manter o funcionário que não esteja produzindo", relatou.

Ele contou que manter a linha de produção requer investimentos e se a produção cai à empresa tem que adequar a planta a uma nova conjuntura.

"Assim como os governos federal, estadual e municipal fazem contingência, reduzem secretarias e gastos, as empresas privadas também o fazem. E uma dessas medidas é reduzir a mão de obra. Mas não que o façam primeiramente. Iniciam cortando despesas supérfluas até chegar o momento de corte nos empregos", frisou.

Recuperação e contratações


Mas Freitas destacou que havendo recuperação da economia, essas pessoas serão contratadas novamente. Porém, ele salientou que o cenário registrado atualmente é preocupante para o país como um todo.

"A crise não atinge somente nós da Zona Franca de Manaus [ZFM]. Todo o país sofrerá o impacto. Por mais que se diga que o momento ficará pior, nós acreditamos que o Brasil terá força para revigorar", declarou.

O especialista declarou que existem saídas para, pelo menos, minimizar os impactos negativos causados por conta da crise econômica que afeta todos os setores do país. E quem sabe fazer com que a economia volte a crescer.

Para isso, segundo ele, é preciso que se ajude os governos federal, estadual e municipal a se recuperarem para fazer com que a indústria tenha maior poder de competitividade.

Ele defendeu que é preciso diminuir a burocracia e exigências absurdas para ver se a economia se movimente mais.

"Do jeito que está é complicado. Para implantar uma empresa tem tanta dificuldade que o empreendedor, que iria criar mais empregos, acaba desistindo. Os governos precisam facilitar a criação de novas empresas e investimentos", apontou.

"Custo alto"


Para o presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Materiais Eletrônicos de Manaus (Sinmen), Athaydes Mariano Félix, as demissões registradas no PIM este ano, são efeitos da crise econômica brasileira.

Ele frisou que demitir funcionário não é proposta de primeira mão da empresa, muito pelo contrário, se faz o máximo possível para segurar o colaborador e só demite quando não tem outra saída.

"O pessoal está segurando o que pode. Só demite em última estância, quando não há outra forma", relatou.

Conforme ele, algumas empresas estão suspendendo contrato de funcionário para não demitir, porque o custo com o aperfeiçoamento dos colaboradores é alto e a intenção dos empresários é manter esses profissionais qualificados.

Athaydes revelou que a expectativa é que a partir de julho a situação melhore um pouco. Segundo ele, a meta é alcançar pelo menos o mesmo resultado obtido no ano passado.

"Nós estamos rezando, acendendo vela até para que o mercado reaja. Já foi muito ruim, mas estamos trabalhando para que o patamar volte a ser como antes porque a crise não é boa para ninguém, afeta todo mundo. Causa um efeito dominó", concluiu.

Fonte: Amazonas Em Tempo

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